ASPECTOS TÉCNICO, ECONÔMICO E AMBIENTAL DA PRODUÇÃO DE MANTEIGA GHEE
Autor
Laura Beatriz Franca Sette
Institución
Resumen
A manteiga Ghee é uma manteiga clarificada que foi produzida inicialmente na Índia, há milhares de anos e tem apresentado uma demanda crescente no mercado mundial, obtendo um faturamento global em 2019 de cerca de US 1,57 bilhões. Sua produção ocorre a partir da manteiga de leite pelo aquecimento lento seguido por filtração, resultando em um produto com menor teor de lactose e mais concentrado em gorduras. O mercado desse produto tem crescido bastante, oferecendo para os laticínios ótimas oportunidades de negócios que podem ser comprovadas através de estudos de viabilidade técnico econômica (EVTE) de sua produção. Esse crescimento do interesse do público por produtos mais saudáveis também está atrelado a produtos que tenham menores impactos ao meio ambiente, no qual a embalagem é grande responsável. Diante desse contexto, o presente trabalho teve como principais objetivos analisar a viabilidade econômica de adicionar uma nova etapa à linha de produção da manteiga comum para produzir manteiga Ghee em um laticínio, localizado no município de Guaranésia, sul de Minas Gerais e escolher a embalagem a ser utilizada para este novo produto com base em estudos ambientais de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV). Como resultado do EVTE, obteve-se um tempo de retorno de menos de 04 meses e uma taxa interna de retorno de 323,48, caracterizando como um excelente investimento. Para as embalagens, foram analisados potes de polietileno tereftalato (PET) e de vidro considerando a fronteira estabelecida de portão a portão incluindo o transporte das embalagens até a planta, o envase e a distribuição do produto até os pontos de venda. A análise de inventário e avaliação de impacto foram realizadas com auxílio do software OpenLCA com a base de dados da Ecoinvent, e as categorias de impacto analisadas foram mudança climática, depleção fóssil e de ozônio, formação de material particulado e oxidação fotoquímica. Dentro dos estabelecidos para esse estudo, o PET apresentou um melhor desempenho ambiental, por causar menos impactos. Este resultado se deve principalmente à baixa densidade do PET, o que diminuiu os impactos nos processos de transporte, se comparado ao vidro. Embora a percepção da sociedade seja contrária, as conclusões deste estudo demonstram que o plástico não é exclusivamente prejudicial ao meio ambiente. Além disso, considerando que a embalagem é de extrema importância para conservação dos alimentos, o presente trabalho deve nortear estudos sobre melhorias em ambos os ciclos de vida, principalmente incorporando a reutilização da embalagem de vidro e a etapa de reciclagem do PET no contexto da economia circular.