TOLERÂNCIA À DESSECAÇÃO DE SEMENTES EM REGIÕES TROPICAIS UMA REVISÃO DOS ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
Autor
Bianca Vieira de Souza
Institución
Resumen
O Brasil é um país continental, apresentando grande diversidade de ecossistemas com características próprias. Alguns ambientes brasileiros apresentam duas estações bem definidas, uma seca e outra chuvosa. Cada ecossistema tem suas particularidades, podendo ter períodos mais prolongados ou curtos entre as estações, onde cada espécie vegetal está adaptada e consegue se estabelecer e completar seu ciclo de vida. Ao serem dispersas, as sementes podem passar por diferentes tipos de estresses, dentre eles o hídrico. Assim, o objetivo deste trabalho foi revisar publicações referentes às respostas de tolerância à dessecação em sementes de espécies de diferentes ecossistemas brasileiros a fim de verificar quais as estratégias são utilizadas pelas sementes nos ecossistemas. A revisão bibliográfica compreendeu artigos, dissertações, monografias, resumos simples e expandidos publicados nos últimos cinco anos. Neste período foram encontramos 20 trabalhos que estão associados ao tema de ??tolerância à dessecação de sementes??, sendo os maiores números de publicações de 2021 e 20182019 e os menores de 2020. Os artigos foram os que mais contribuíram com a revisão, sendo 45 dos trabalhos revisados. Praticamente todas (90) das publicações são referentes às espécies de hábito arbóreo, apenas dois estudos contaram com espécies de hábito herbáceo e arbustivo. Dentre as espécies estudadas de cada bioma, temos o maior número de espécies na Caatinga, seguida pelos demais biomas com apenas uma espécie. Os resultados obtidos nesse trabalho de revisão mostram que há trabalhos mais concentrados em ecossistemas que apresentam déficit hídrico sazonal (Caatinga) em relação a outros, cujos trabalhos são escassos. Foi possível perceber com que processos fisiológicos, como a germinação, podem ou não ser adiantados em decorrência da dessecação, influenciando no sucesso do estabelecimento de suas populações nessas regiões. A partir deste estudo, conclui-se que as sementes dos ecossistemas desenvolvem características distintas de tolerância à dessecação, e que os ciclos de hidratação e desidratação (HD) atuam influenciando positivamente, negativamente ou não tem efeito sobre a germinação, dependendo da periodicidade e intensidade dos ciclos HD.