tese
Impacto da Mastite bovina por Sthapylococcus aureus e Streptococcus agalactiae
Impact of bovine Mastitis by Staphylococcus aureus and Streptococcus agalactiae
Registro en:
MESQUITA, A. A. Impacto da Mastite bovina por Sthapylococcus aureus e Streptococcus agalactiae. 2017. 73 p. Tese (Doutorado em Ciências Veterinárias)-Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2017.
Autor
Mesquita, Alan Andrade
Institución
Resumen
Bovine mastitis is the most important disease in dairy herds worldwide, causing great health
and economic losses to producers and industry, as well as having implications for public
health due to the zoonotic potential. Considering the multifactorial aspect of this disease, the
knowledge of the agents involved in its etiology, antimicrobial susceptibility profiles, its
economic impact on the production and the risk factors involved in its occurrence has high
importance for its control. The experiment was carried out in partnership with a dairy industry
in the region of Lavras/South of Minas Gerais, which at that time had 306 milk supply
properties. In the first study, the impact of bovine mastitis on milk production was evaluated.
In order to calculate the production losses, the means of three BMSCC of the 306 properties,
obtained at intervals of 15 days between the collections, were used, and losses were estimated
through the linear regression equation y = -4.7908 + 0.0226x, where the variable "x"
represents the BMSCC and “y” the estimates of milk percentage losses. The mean of BMSCC
between the studied properties was 482,650 cells/mL, and 43,710 CFU/mL of milk for total
bacterial counts (TBC), with 35.6% and 7.84% of the farms above of limits established by
current legislation for BMSCC and TBC, respectively. The results showed that the average
daily losses in production due to mastitis were 6.27%. In the second study, the prevalence of
Staphylococcus aureus and Streptococcus agalactiae was evaluated, by means of
microbiological analyzes of milk samples collected from bulk milk tanks, and their relation
with the BMSCC, TBC and daily production. Additionally, the resistance profile of S. aureus
(99) and S. agalactiae (93) strains to antimicrobials was evaluated by disc diffusion
technique. Our results showed high prevalences of S. aureus (70.3%) and S. agalactiae
pathogens (67.0%), and associations between BMSCC and the presence of S. aureus and S.
agalactiae pathogens and between the TBC and the presence of S. agalactiae, demonstrating
the negative interference of these pathogens in these milk quality aspects. High levels of
resistance and multiresistance were observed for S. aureus and S. agalactiae in the st udied
herds. In the third study, a case-control study was carried out involving 46 dairy farms, of
which 30 were considered as cases (CCSt ≥ 700,000 cells/mL of milk) and 16 as controls
(CCSt ≤ 200,000 cells/mL of milk). Sixteen qualitative and four quantitative variables were
analyzed. The results showed that the main risk factors for high BMSCC were the presence of
the pathogens S. aureus and S. agalactiae, non-use of pre and post-dipping, non-use of paper
towel for drying teats, non-use herd monitoring by California Mastitis Tests (CMT) or
individual SCC, absence of the milking line and the therapy of dry cows, and failures in
hygiene of teats and udders before milking. Failures related to maintenance and use of
milking equipment, including the application of manual pressure to milking assemblies,
unregulated vacuum pressure in milking machine, loss of vacuum during milking, and
maintenance failures of milking machine and bulk milk tank were also found as relevant risk
factors. Moderate correlations were a lso observed between elevation of BMSCC and counts
of S. aureus and S. agalactiae in the bulk milk tank and moderate correlation between counts
of S. aureus and counts of S. agalactiae. Our results showed high levels of production losses
and prevalence of S. aureus and S. agalactiae pathogens, with high scores of antimicrobial
resistance in the studied herds. The risk factors for BMSCC ≥ 700,000 cells/mL of milk were
related to failures in relation to the classic measures of control of bovine mastitis,
emphasizing the importance of the same to improve milk quality and mitigate the losses
caused by this disease to producers and industry. A mastite bovina é a doença mais importante em rebanhos leiteiros em nível mundial,
acarretando grandes prejuízos sanitários e econômicos aos produtores e à indústria.
Considerando o aspecto multifatorial da doença, o conhecimento dos agentes envolvidos e de
seus perfis de suscetibilidade aos antimicrobianos, o impacto da mesma sobre a produção e os
fatores de risco envolvidos em sua presença nos rebanhos, é de suma importância para o
controle da doença. Todo o experimento foi realizado em parceria com um laticínio da região
de Lavras/Sul de Minas Gerais que contava à época com 306 propriedades fornecedoras de
leite. No primeiro estudo avaliou-se o impacto econômico da mastite sobre a produção de
leite. Para se calcular as perdas de produção, utilizou-se as médias de três contagens de
células somáticas do leite do tanque (CCSt), de 306 propriedades para se estimar as perdas de
produção, através da equação de regressão linear y= - 4,7908 + 0,0226x, na qual a variável
“x” representa a CCSt e “y” as perdas percentuais diárias. Foram observadas médias de CCSt
de 482.650 cels/mL e de 43.710 UFC/mL de leite para a contagem bacteriana total (CBT).
Entre as propriedades amostradas, verificou-se que 35,6% e 7,84% se encontravam acima dos
limites estabelecidos pela legislação vigente para a CCSt e CBT, respectivamente. Os
resultados demonstraram que as médias de perdas diárias na produção de leite devido a
mastite foram de 6,27%. No segundo estudo, se avaliou a prevalência de Staphylococcus
aureus e Streptococcus agalactiae, por meio de análises microbiológicas de amostras de leite
provenientes dos tanques de expansão das 306 propriedades, e a sua relação com os índices de
CCSt, CBT e produção diária, além de analisar a resistência destes patógenos aos
antimicrobianos. Foi avaliada a suscetibilidade de isolados de S. aureus (99) e de S.
agalactiae (93) a antimicrobianos por meio da técnica de difusão em discos. Nossos
resultados apontaram altas prevalências dos patógenos S. aureus (70,3%) e S. agalactiae
(67,0%) e associações entre a CCSt e a presença dos patógenos S. aureus e S. agalactiae, e
também entre a CBT e a presença de S. agalactiae, demonstrando a interferência negativa
destes patógenos nestes quesitos de qualidade do leite. Níveis elevados de resistência e de
multirresistência foram observados para os patógenos S. aureus e S. agalactiae nos rebanhos
estudados. No terceiro estudo, visando determinar os fatores de risco envolvidos com a CCSt
elevada, foi realizado um estudo de caso -controle envolvendo 46 rebanhos bovinos, dos quais
30 foram considerados casos (CCSt ≥ 700.000 cels/mL de leite) e 16 como controles (CCSt ≤
200.000 cels/mL de leite). Foram analisadas 16 variáveis qualitativas e 4 variáveis
quantitativas. Os resultados demonstraram que os fatores de risco para altos valores de CCSt
foram: presença dos patógenos S. aureus e S. agalactiae, não utilização do pré e de pósdipping, não utilização de papel toalha para secagem de tetos, não utilização de CMT ou CCS
individual para monitoramento do rebanho, ausência da linha de ordenha e da terapia de vacas
secas e falhas na higiene de tetos e de úbere antes da ordenha. Falhas inerentes à manutenção
e utilização dos equipamentos de ordenha, incluindo a aplicação de pressão manual nos
conjuntos da ordenha, pressão de vácuo da ordenha desregulada, perda de vácuo durante a
ordenha e falhas de manutenção da ordenhadeira e do tanque de expansão. Também se
observou correlações moderadas entre elevação da CCSt e as contagens de S. aureus e S.
agalactiae no leite do tanque e correlação moderada entre contagens de S. aureus e contagens
de S. agalactiae. Nossos resultados apontaram uma alta prevalência dos patógenos S. aureus e
S. agalactiae, com altos índices de resistência aos antimicrobianos. Os fatores de risco para
CCSt elevadas mais relevantes foram relacionados com falhas em relação às medidas
clássicas de controle da mastite, salientando a importância das mesmas para a melhoria da
qualidade do leite e mitigar os prejuízos ocasionados pela doença aos produtores e à indústria.