Busca-se verificar quais políticas fomentaram o cultivo do trigo brasileiro da década de 1970 em diante e se tais ações resultaram no aumento da produção nacional. Embora o trigo seja a principal cultura de inverno produzida no país, o seu cultivo está majoritariamente situado na região Sul, e o Brasil não consegue atender à sua demanda interna, sendo necessário realizar periódicas importações do produto, sobretudo da Argentina. Descreve-se a importância que as políticas de Crédito Rural, Seguro Rural e de Garantia dos Preços Mínimos (PGPM) exerceram sobre a produção de trigo no Brasil. Como resultado, verificou-se que o trigo ocupou a sétima posição entre as culturas perenes e temporárias no que tange à contratação de crédito rural para custeio em 2019; além disso, entre as dez principais lavouras temporárias, foi o produto com menor volume de crédito por contrato e com o menor volume de crédito por hectare cultivado, o que indica menores investimentos na cultura. Em relação ao seguro rural, nota-se que o aumento na contratação ocorre de maneira reativa às ocorrências adversas da safra anterior, como verificado em 2014. Por fim, a PGPM exerceu efeitos positivos sobre a retomada da produção e a manutenção de agricultores nas regiões Centro-Oeste e Sudeste e no estado da Bahia, sobretudo após a aprovação de preços mínimos diferenciados para essas regiões, a partir da safra 2016/2017.32 p. : il.