Boletim de Economia e Política Internacional - Artigos
Percepções governamentais sobre a integração regional na América do Sul
Governmental perceptions of South American Integration
Autor
Mariano, Karina L. Pasquariello
Romero, Ana María Suárez
Ribeiro, Clarissa Correa
Resumen
Coexistem na América Latina, hoje, vários processos de integração com diferentes características e lógicas. Convivem projetos iniciados durante a primeira onda integracionista de 1960 (Comunidade Andina – CAN) e na etapa identificada com o regionalismo aberto e o pensamento neoliberal dos anos 1980; assim como projetos propondo a superação desses modelos e a construção de iniciativas de contornos ideológicos e institucionais diversos, como no caso da Alba (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América) e da própria Unasul (União das Nações Sul-Americanas); ou ainda a retomada da agenda do regionalismo aberto com a Aliança do Pacífico. Essa coexistência chama a atenção não só pela diversidade das propostas, mas porque vários países participam simultaneamente em mais de um bloco regional. Em que medida essa multiplicidade de atuações mostra-se contraditória ou revela inconsistências e alterações nos interesses estratégicos da política externa desses países? Este artigo analisa os posicionamentos de atores governamentais de seis países: Argentina, Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador e Peru; concentrando-se nos discursos, pronunciamentos, entrevistas e documentos produzidos por esses atores em relação à integração regional. A seleção dos países seguiu o critério de participação em pelo menos dois processos de integração e a relevância desses atores na própria integração. O suposto deste trabalho é que à medida que proliferam novas propostas integracionistas, os projetos mais institucionalizados tendem a perder força e importância na política externa dos países. A primeira parte do artigo discute sobre qual é o entendimento dos governos sobre integração regional, isto é, quais são seus interesses e objetivos com esses blocos. Em seguida, nossa atenção volta-se para analisar as percepções que esses atores apresentam sobre cada um dos blocos regionais e como cada um deles aproxima-se dos interesses apontados na primeira parte do trabalho. Finalmente, discutiremos em que medida esses projetos podem coexistir e serem complementares. p. 33-43