Orientadores: Helena de Fátima Nunes Silva, César Alberto de Souza, Nilson Carlos RosaMonografia(Especialização) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Sociais Aplicadas, Curso de Especialização em Estratégia em Segurança PúblicaInclui referênciasResumo: O estudo sobre os processos de policiamento, ao longo da história política da Segurança Pública Paranaense, demonstra que os modelos de policiamento propostos foram sempre relevados e potencializados de conformidade com os pensamentos estratégicos na época das respectivas administrações politicas. Assim, a história registra que esses modelos e processos, apesar de inovadores, acabaram cedendo lugar a resiliência e resistência cultural e doutrinaria, voltando sempre ao modelo originário de policiamento e policia reativa da década de 1970. O apego exagerado à cultura estratégica tradicional reativa e repressiva, influenciada pela doutrina militar, tem gerado um espirito de resistência e resiliência diante de novas modelos estratégicos, principalmente quando não trazem si, na sua essência, o caráter reativo e repressivo. A Polícia Militar Paranaense ainda mantem uma cultura organizacional tradicional baseada numa perspectiva operacional repressiva, inspirada nos moldes da doutrina militar. Essa cultura organizacional traz na espinha dorsal do policiamento ostensivo o sistema de radiopatrulha, modele eminentemente reativo, advindo dos anos 70. Apesar da missão constitucional da PMPR primar primordialmente pela prevenção, suas ações acabam sendo predominantemente reativistas. Foi assim, escolhido como tema da pesquisa a adoção do modelo de policia cidadã no pensamento estratégico e institucional - paradigmas e desafios para a construção e implementação. Para que se tenha uma policia mais proativa e menos repressiva e necessária, principalmente, a mudança de pensamento e gestão organizacional. O novo paradigma e a adoção de uma polícia mais cidadã e proativa, focada na integração e participação social, efetivada de acordo com a Filosofia da Policia Comunitária e direcionada para a conquista da cidadania plena, seja do policial ou da comunidade. Nesse viés, o objetivo da pesquisa foi demonstrar os paradigmas e desafios que impactam a gestão estratégica de uma policia cidadã, estabelecendo sugestões e propostas para sua construção e implementação. A esteira metodológica valeu-se do método de abordagem dedutivo e método de procedimento hist6rico, mediante a pesquisa bibliográfica, documental e exploratória. Ao final do presente estudo chegou-se a conclusão de que o atual modelo de policiamento, baseado na reatividade, não atende de maneira satisfatória as demandas de segurança pública e as expectativas sociais, criando barreiras ao bom atendimento e eficácia operacional. Diante deste quadro surge a reflexão e proposta de uma policia cidadã, focada na proatividade, inspirada na Filosofia de Polícia Comunitária, delineando-se um novo perfil para o policial do futuro. A adoção do modelo de policia cidadã no pensamento estratégico institucional implica em vencer desafios e paradigmas, entre eles a mudança da cultura organizacional caracterizada como essencialmente reativa e a própria cultura e pensamento da população, desenvolvendo a participação social.