Dissertação
Morfoestratigrafia da planície costeira do município de São João de Pirabas (Porção NW) – NE do estado do Pará
Registro en:
Autor
SILVA JÚNIOR, Osmar Guedes da
Institución
Resumen
A porção NW da Planície Costeira do Município de São João de Pirabas (NE do Estado do Pará) é parte integrante da Bacia Pará-Maranhão, que juntamente com as bacias do Marajó e Bragança-Viseu seriam o produto de movimentos extensionais (reativação Sul-Atlântiana) vinculados à separação Brasil-África no início do Jurássico. Nesta planície ocorrem principalmente depósitos terciários e quaternários, cuja distribuição e espessura vem sendo influenciada por movimentos tectônicos atuantes desde o Mioceno. Foram individualizadas duas unidades morfológicas distintas: (i) Planalto Costeiro e (ii) Planície Costeira, definidas com base em dados morfológicos e critérios morfogenéticos (forma e natureza do sedimento, vegetação e processos atuantes). O Planalto Costeiro consiste em um relevo colinoso, suavemente ondulado, sustentado pelos sedimentos do Grupo Barreiras e Pós-Barreiras; e a Planície Costeira é caracterizada por ambientes de manguezais, sistema de terraços, cheniers, paleodunas, interdunas, lagos, dunas costeiras atuais, praias e barras arenosas. Baseado no conceito de unidades morfoestratigráficas e fáceis estratigráficas, os ambientes e depósitos sedimentares quaternários desta planície, foram subdivididos em 08 unidades morfoestratigráficas: (i) manguezal, (ii) cheniers, (iii) barras em pontal, (iv) barras arenosas de canal, (v) paleodunas, (vi) lagos, (vii) dunas costeiras atuais e (viii) praias, e 08 fácies estratigráficas: (i) areia marinha, (ii) areia e lama marinha-estuarina, (iii)) areia e lama de barra em pontal, (iv) areia de canal de maré, (v) areia de cordões praiais, (vi) lama de intermaré, (vii) sedimentos argilo-arenosos e (viii) sedimentos carbonáticos. A análise estratigráfica, permitiu a identificação de um padrão de sedimentação, que pode ser visualizado através de quatro sucessões marinhas: (i) sucessão marinha retrogradacional basal (SB), na qual podem ser identificados sedimentos lamosos de intermaré, areias de antigos cordões praiais, bem como areias de canais de maré; (ii) sucessão marinha retrogradacional (S1), caracterizada por sedimentos predominantemente arenosos de face praial (“shoreface”); (iii) sucessão progradacional (S2) com ambiente de planície de maré e cheniers associados e; (iv) sucessão retrogradacional atual (S3) constituída por cordões duna-praia, barras arenosas longitudinais e de baías, que migram sobre os depósitos de manguezal. Os aspectos evolutivos da Planície Costeira de São João de Pirabas, estão relacionados às oscilações do nível do mar, responsáveis por eventos transgressivos e regressivos, atuantes durante o Holoceno, a partir de 5.100 anos A.P., e que deram origem às sucessões S1, S2 e S3. A sucessão SB teria sua evolução condicionada por eventos transgressivos atribuídos, provavelmente, ao Pleistoceno Terminal. CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico A porção NW da Planície Costeira do Município de São João de Pirabas (NE do Estado do Pará) é parte integrante da Bacia Pará-Maranhão, que juntamente com as bacias do Marajó e Bragança-Viseu seriam o produto de movimentos extensionais (reativação Sul-Atlântiana) vinculados à separação Brasil-África no início do Jurássico. Nesta planície ocorrem principalmente depósitos terciários e quaternários, cuja distribuição e espessura vem sendo influenciada por movimentos tectônicos atuantes desde o Mioceno. Foram individualizadas duas unidades morfológicas distintas: (i) Planalto Costeiro e (ii) Planície Costeira, definidas com base em dados morfológicos e critérios morfogenéticos (forma e natureza do sedimento, vegetação e processos atuantes). O Planalto Costeiro consiste em um relevo colinoso, suavemente ondulado, sustentado pelos sedimentos do Grupo Barreiras e Pós-Barreiras; e a Planície Costeira é caracterizada por ambientes de manguezais, sistema de terraços, cheniers, paleodunas, interdunas, lagos, dunas costeiras atuais, praias e barras arenosas. Baseado no conceito de unidades morfoestratigráficas e fáceis estratigráficas, os ambientes e depósitos sedimentares quaternários desta planície, foram subdivididos em 08 unidades morfoestratigráficas: (i) manguezal, (ii) cheniers, (iii) barras em pontal, (iv) barras arenosas de canal, (v) paleodunas, (vi) lagos, (vii) dunas costeiras atuais e (viii) praias, e 08 fácies estratigráficas: (i) areia marinha, (ii) areia e lama marinha-estuarina, (iii)) areia e lama de barra em pontal, (iv) areia de canal de maré, (v) areia de cordões praiais, (vi) lama de intermaré, (vii) sedimentos argilo-arenosos e (viii) sedimentos carbonáticos. A análise estratigráfica, permitiu a identificação de um padrão de sedimentação, que pode ser visualizado através de quatro sucessões marinhas: (i) sucessão marinha retrogradacional basal (SB), na qual podem ser identificados sedimentos lamosos de intermaré, areias de antigos cordões praiais, bem como areias de canais de maré; (ii) sucessão marinha retrogradacional (S1), caracterizada por sedimentos predominantemente arenosos de face praial (“shoreface”); (iii) sucessão progradacional (S2) com ambiente de planície de maré e cheniers associados e; (iv) sucessão retrogradacional atual (S3) constituída por cordões duna-praia, barras arenosas longitudinais e de baías, que migram sobre os depósitos de manguezal. Os aspectos evolutivos da Planície Costeira de São João de Pirabas, estão relacionados às oscilações do nível do mar, responsáveis por eventos transgressivos e regressivos, atuantes durante o Holoceno, a partir de 5.100 anos A.P., e que deram origem às sucessões S1, S2 e S3. A sucessão SB teria sua evolução condicionada por eventos transgressivos atribuídos, provavelmente, ao Pleistoceno Terminal.