Artigo de Periódico
Os abandonados de "Belém do Grão-Pará", de Dalcídio Jurandir: a vida nua anda descalça
Registro en:
1982-5374
10.18542/rmi.v12i18.7653
Autor
MORAES, Viviane Dantas
Institución
Resumen
Le portrait de la vie nue est
l'expression de l'abandon. Dans le roman
“Belém do Grão-Pará”, de Dalcídio
Jurandir, quatrième livre du Cycle de
l'Extrême-Nord, nous suivons la traversée
du protagoniste Alfredo entre l'univers de
Marajoara et l'environnement urbain
décadent de la capitale, qui perturbe
amèrement la faillite du projet de
développement du projet de développement
de caoutchouc en Amazonie. Au milieu d'un
aperçu d'une promesse de bonheur qui s'est
effondrée dans les errements d'Alfredo à
travers les ruines et les désintégrations
sociales de la ville, le garçon se trouve et fait
face à un environnement de dépossession
des droits, d'abandon, d'exception, dans
lequel un entrelacement de granulats
provenant de toutes les régions et souffrant
en marge d'une société idéalisée par l'air de
la belle époque. Ce sont les abandonnés, les
pieds nus, ceux qui font partie de la meute,
ceux qui sont délaissés par la loi, "le demihomme mi-insecte", selon les dénominations
et les réflexions trouvées dans la toile de
recherche du philosophe Giorgio Agamben,
dans ses études sur l'état d'exception et la vie
nue, et que, dans le cadre littéraire, ils se
répercutent dans les infâmes personnages
dalcidianos. O retrato da vida nua é a
expressão do abandono. No romance Belém
do Grão-Pará, de Dalcídio Jurandir, o
quarto livro do Ciclo do Extremo Norte,
acompanhamos a travessia do protagonista
Alfredo entre o universo marajoara e o
ambiente citadino decadente da capital, que
amarga as mazelas da falência do projeto de
desenvolvimento da era da Borracha na
Amazônia. Nesse entremeio do vislumbre
por uma promessa de felicidade que se
desmorona no perambular de Alfredo pelas
ruínas e desagregações sociais da cidade, o
menino encontra-se e se depara com um
ambiente de despojo de direitos, de
abandono, de estado de Exceção, em que um
entrelaçado de agregados vindos de todas as
partes e sofrem à margem de uma sociedade
idealizada pelos ares da belle époque. São
os abandonados, os descalços, os que fazem
parte do bando, os que estão desamparados
pela lei, “o meio homem meio bicho”,
segundo as denominações e reflexões que se
encontram na teia de investigação do
filósofo Giorgio Agamben, em seus estudos
sobre o estado de exceção e a vida nua, e
que, no âmbito literário, se repercutem nos
infames personagens dalcidianos.