Artigo de Periódico
A teshuvá em cabelos de fogo de Marcos Serruya: o Shaday herdado e o retorno á cultura judaica na Amazônia paraense
Registro en:
2318-1346
Autor
SILVA, Alessandra Fabrícia Conde da
BARROS, Silvia Helena Benchimol
Institución
Resumen
The novel shows the saga of Ana Julia, Polish Jewish girl deceived and forced into prostitution in the
Amazon. Ionathan searches in the past history of Ana, his great-grandmother, any document
connecting her to the Jewish culture in the hope of proving himself a Jew. Prostitution will keep her
distanced from the Sephardic Jewish community, but Ionathan, conscious of his origins, and holding
the inherited Shadai, searches for his and Ana’s teshuvah, as in atonement. The book shows signs of
deletion and cultural hybridity experienced by Jews in the Amazon, since the first immigration.
Escaped from the ethno-religious persecution in the Iberian Peninsula, many Jews eradicated in
Morocco, immigrating to Brazil, afterwards. The memory of a Lusitanian past gained strength and
fervour fostered by the Jewish Sephardic imaginary. The sense of being Jewish sought by Ionathan
reflects what many ancestors try to preserve. These echoes of Jewishness in the Amazon – either as
preservation or cultural return movement – are the main focus of this article based on the story of Ana
and Ionathan’s investigations. For that purpose, we rely on theoretical and historical documents by
Reginaldo Jonas Heller, Henrique Veltman, Samuel Benchimol, Moacyr Scliar, Paul Johnson among
others. O romance mostra a saga de Ana Júlia, judia polonesa, roubada em sua ingenuidade e forçada à
prostituição na Amazônia. Ionathan busca na história da bisavó Ana, um documento que a ligasse à
cultura judaica na esperança de se provar judeu. A prostituição a mantem distante da comunidade
judaica sefardita, mas o bisneto, convicto de sua herança, com os relatos maternos e o Shadai herdado,
procura sua teshuvá, e da bisavó, como por expiação. Acham-se ecos do apagamento e do hibridismo
cultural vividos pelos judeus na Amazônia desde as primeiras imigrações. Fugidos da perseguição
etno-religiosa na Península Ibérica do século XV, muitos erradicaram-se no Marrocos, imigrando para
o Brasil. A memória de um passado lusitano ganhou fôlego e ardor fomentados pelo imaginário judeu
sefardita. A pertença ao judaísmo buscada por Ionathan reflete o que tantos antepassados procuram
preservar. São a esses ecos da judeidade na Amazônia, quer como preservação, quer como retorno
cultural que este artigo busca dar conta, a partir da história de Ana e da trajetória de perquirições de
Ionathan. Para tal fim, contamos com os apontamentos teórico-históricos de Reginaldo Jonas Heller,
Henrique Veltman, Samuel Benchimol, Moacyr Scliar, Paul Johnson entre outros.