Tese
Juventude e participação: jovens na gestão compartilhada da Reserva Extrativista Marinha de Caeté-Taperaçu, em Bragança, Pará
Registro en:
LAMARÃO, Maria Luiza Nobre. Juventude e participação: jovens na gestão compartilhada da Reserva Extrativista Marinha de Caeté-Taperaçu, em Bragança, Pará. 2016. 363 f. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Pará, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Belém, 2016. Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia.
Autor
LAMARÃO, Maria Luiza Nobre
Institución
Resumen
This thesis analyzes the weak participation of young people in the shared management of a coastal protected area – Extractive Reserve - in Bragança municipality, Pará State (Brazil). It focuses on the question: if the Reserve is a public policy aimed at the environmental sustainability of the territory, how to ensure this goal without meaningful participation of young residents and users? The research data derive from interviews with eighty young residents of two villages within the Reserve jurisdiction, as well as with the leaders and managers. It found that the youngsters do engage in communitarian practices without, however, entering the arenas of the territory management, especially local committees and councils. Actually, they more often ignore the policy from which they benefit. Besides, there is no consistent capacity building in view of the new commitments regarding the Reserve management. They face the dilemma of staying or leaving the communities, as there are few opportunities to work and study. Their life projects are thought away from fishing, crabs collection and small farming within the boundaries of their communities. It is therefore necessary to invest in socializing means to involve young dwellers in the formal spaces of management, in ways that encourage their creative potential and cooperation. The end is to foster local livelihoods and culture, backing the identity of their territory in its new social and political structure. Discute a incipiente participação de jovens na gestão compartilhada da Reserva Extrativista Marinha de Caeté-Taperaçu, em Bragança, Pará, partindo da seguinte questão: se a Reserva Extrativista é uma política pública instituída na perspectiva de sustentabilidade socioambiental do território, como garantir a sustentabilidade sem significativa participação de jovens? Os dados da pesquisa foram obtidos a partir de entrevistas com oitenta jovens moradores de duas vilas da reserva, bem como junto a lideranças e gestores. Constatou-se que eles têm práticas de engajamento na vida coletiva de suas comunidades sem, contudo, alargarem essa participação para as arenas da gestão do território, especialmente os comitês locais e os conselhos. Com efeito, eles em geral desconhecem a política da qual são beneficiários e não há ações consistentes de formação para os novos engajamentos que a gestão compartilhada requer. Vivem o dilema de permanecer ou sair de suas comunidades em razão da falta de oportunidades de estudo e trabalho no lugar, o que os faz pensar seus projetos de vida para além da pesca, da coleta de caranguejos, da pequena agricultura e das fronteiras de suas comunidades. Há, portanto, necessidade de investimentos em processos socializadores de jovens para a atuação nas instâncias formais da gestão, processos que estimulem seus potenciais criativos, fortalecendo a cooperação, sobretudo em prol da promoção e do fortalecimento dos meios de vida e da cultura, garantidores da identidade do território em sua nova configuração social e política. Cette thèse analyse la faible participation des jeunes dans la gestion partagée d'une zone côtière protégée - Réserve extractive - dans la municipalité de Bragança, État du Pará (Brésil). L‟étude se concentre sur la question suivante: si la réserve est une politique publique visant à la conservation environnementale du territoire, comment assurer cet objectif sans la participation significative des jeunes? Les données de recherche proviennent d'entretiens avec quatre-vingt jeunes résidents de deux villages appartenant à la réserve, ainsi qu'avec des leaders locaux et des gestionnaires. Les résultats montrent que les jeunes se livrent à des pratiques communautaires, sans toutefois entrer dans les arènes de la gestion du territoire, en particulier les comités et les conseils villageois. En fait, ils ignorent le plus souvent la politique dont ils bénéficient. D'ailleurs, il n'y a pas d‟actions de formation pour les jeunes qui soient cohérentes vis-à-vis des nouveaux engagements que la gestion de la Réserve requiert. Les jeunes résidents font face au dilemme de rester ou de quitter les communautés, car il y a peu de possibilités de travail et d'étude qui répondent à leurs ambitions actuelles. Leurs projets de vie sont considérés loin de la pêche, la collecte de crabes et de petites exploitations agricoles – bref, des ressources naturelles – dans les limites de leurs communautés. La réversion de cet éloignement du territoire dépend de la mise en place de moyens de socialisation capables d‟attirer les jeunes habitants aux espaces formels de gestion, tout en profitant de leur potentiel de coopération e de leur créativité. Le but majeur est de favoriser et promouvoir les moyens de subsistance et la culture locale, qui sont à la base de l'identité de leur territoire dans sa nouvelle structure sociale et politique.