Artigo de Periódico
Agricultura familiar e desenvolvimento rural sustentável na Amazônia
Registro en:
2179-7536
1516-6481
Autor
HURTIENNE, Thomas Peter
Institución
Resumen
The article presents a critical review of theoretical and methodological concepts upon which analytical works about
Amazonian peasantries since the 1960s
have been based. The vision of Amazon
peasants as shifting cultivators with low
productivity who destroy their ecological
habitat and are condemned to disappear
due to the advance of large landowners
(the model of the frontier cycle) is contrasted with the tendency for the consolidation of family agriculture based on more complex production systems, including
permanent cultures, small animal husbandry
and cattle. This tendency is more clearly
evident in the Northeast of Pará, but has also been statistically confirmed for the State of Pará and the Northern Region of Brazil. This means that the hypothesis of the frontier cycle has limited validity for older colonization regions. However, recent
research on borders showed production
systems which concentrate on cattleraising
in the South of Pará and on permanent
cultures in the Transamazônica region. These systems cannot simply be classified
as shifting cultivation but represent different trajectories from that of the Northeast of Pará. O artigo apresenta uma discussão crítica dos conceitos teóricos e metodológicos nos quais se baseiam as análises da pequena produção agrícola na Amazônia a partir dos anos sessenta. A visão da agricultura amazônica como agricultura itinerante, pouco produtiva, destrutora do meio ambiente e condenada ao desaparecimento devido ao avanço das grandes propriedades (o modelo do ciclo de fronteira) é contrastada com a tendência para uma consolidação da agricultura familiar baseada em sistemas de produção mais complexos, que incluem culturas permanentes, a pequena criação e gado. Essa tendência foi detectada mais
claramente no Nordeste paraense, mas
comprovada estatisticamente para o estado do Pará e a região Norte. Isso significa que a tese do ciclo de fronteira tem uma validez limitada, sobretudo nas regiões de colonização mais antiga. Contudo, pesquisas sobre as fronteiras mais recentes mostram sistemas de produção que se baseiam mais fortemente na pecuária no Sul do Pará e nas culturas
permanentes na Transamazônica. Esses
sistemas fogem à classificação simplificada
de agricultura itinerante, mas representam
trajetórias diferentes do Nordeste
paraense.