Dissertação
Alterações de expressão gênica na linhagem de glioblastoma humano U87 após exposição ao MeHg e HgCl2
Registro en:
GOMES, Bruna Puty Silva. Alterações de expressão gênica na linhagem de glioblastoma humano U87 após exposição ao MeHg e HgCl2. 2016. 60 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências Biológicas, Belém, 2016. Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular.
Autor
GOMES, Bruna Puty Silva
Institución
Resumen
The organic and inorganic forms of mercury have been pointed as important contaminants in several world regions due to its toxicological characteristics. Various studies have reported that the intoxication by methylmercury (MeHg) and mercury chloride (HgCl2) can lead to central nervous system impairment. It is generally agreed that glial cells are important for the mechanisms responsible for cellular protection against the damages caused by the mercury. However, little is known about the influence of the mercury in the cells genome. Hence, in the present study we did a complete mapping of the humam glial cells genetic network after mercury exposition with the aim to indentify the possible genetic alterations that occurred via the organic and inorganic forms of mercury. Our results demonstrated that U87 lineage cells are more sensitive to MeHg exposition when compared with HgCl2 exposition. Using an analysis of the concentration curves the LC50 was obtained from 28.8μM and 10,68μM after 4h and 24h exposition to MeHg and a LC50 of 92.25μM and 62.75μM after the same time periods exposition to HgCl2. Regarding the genic pool, our results have shown that both metal forms led to alterations in the genic dosage where the MeHg exposition was highly influenced by the concentration and time, whereas the HgCl2 exposition seemed have been strongly influenced by the exposition time. In total there were 205 indentified genes with a lower genic dosage and 188 genes with elevated expression, (Fold change > 5) after 4h exposition and 5μM of MeHg, and 204 down-regulated genes; and 180 up-regulated genes after HgCl2 exposition in the same concentration. The analysis after 24h exposition showed 90 down-regulated genes and 3 up-regulated genes after 1μM of MeHg; 116 genes were down-regulated and 66 genes were up-regulated after a 10μM exposition of MeHg. As for the HgCl2, there were 98 down-regulated genes and 73 up-regulated genes for the groups exposed to 5μM of HgCl2; 326 down-regulated genes and 66 up-regulated genes for the groups exposed to 62,75μM of HgCl2. Our dataset suggests that both mercurial forms are able to alter the cell genetic expression profile thus interfering in important signaling paths prone to gives rise to biochemical impairments and glial cells phenotypes. CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico As formas orgânicas e inorgânicas de mercúrio vem sendo apontadas como importantes contaminantes em várias regiões do mundo devido suas características toxicológicas. Diversos estudos já relataram que a intoxicação por metilmercúrio (MeHg) e cloreto de mercúrio (HgCl2) podem ocasionar danos ao SNC. Acredita-se que as células da glia são reconhecidamente importantes para os mecanismos de proteção celular frente aos danos ocasionados pelo mercúrio. No entanto, pouco se sabe a respeito da influência deste metal no genoma dessas células. Desta forma, neste trabalho nós realizamos um mapeamento completo da rede gênica de células da glia humana, da linhagem U87 após exposição mercurial, com o intuito de identificar as possíveis alterações genéticas ocasionadas pelas formas orgânicas e inorgânicas do mercúrio. Nossos resultados demonstraram que as células U87 são mais sensíveis a exposição ao MeHg quando comparado com a exposição ao HgCl2. Após análise de curvas de concentração, foi identificado uma LC50 de 28.8μM e 10,68μM após 4h e 24h de exposição a MeHg e uma LC50 de 92.25μM e 62.75μM após o mesmo tempo de exposição a HgCl2. Em relação ao conteúdo gênico, nossos resultados demonstraram que ambos os metais ocasionaram alteração na dosagem gênica, sendo a exposição ao MeHg altamente influenciada pela concentração e tempo de exposição, enquanto a exposição a HgCl2 parece ser fortemente influenciada pelo tempo de exposição. No total, foram identificados 205 genes com diminuição na dosagem gênica e 188 genes com expressão aumentada (Fold change > 5) após 4h de exposição a 5μM de MeHg e 204 genes down-regulados e 180 up-regulados após exposição na mesma concentração de HgCl2. As análises após 24h de exposição identificaram alteração em 90 genes down-regulados e 3 genes up-regulados após exposição a 1μM de MeHg, 116 genes down-regulados e 66 genes up-regulados após exposição a 10μM de MeHg. Já em relação ao HgCl2, foram identificados 98 genes down-regulados e 73 genes up-regulados nos grupos expostos a 5μM de HgCl2, 326 genes down-regulados e 66 genes up-regulados nos grupos expostos a 62,75μM de HgCl2. Nossos dados sugerem que ambas as formas mercuriais são capazes de alterar o perfil gênico das células da linhagem U87, interferindo assim em importantes vias de sinalização capazes de ocasionar alterações bioquímicas e fenotípicas nas células gliais.