Tese
Simetria e assimetria entre reforçamento e punição
Symmetry and Asymmetry between reinforcement and punishment
Registro en:
MAYER, Paulo César Morales. Simetria e assimetria entre reforçamento e punição. Orientador: Marcus Bentes de Carvalho Neto. 2014. 129 f. Tese (Doutorado em Teoria e Pesquisa do comportamento) - Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento, Universidade Federal do Pará, Belém, 2014. Disponível em: . Acesso em:.
Autor
MAYER, Paulo César Morales
Institución
Resumen
In Behavior Analysis, consequences play a central role in the explanation of behavior.
Reinforcement and punishment are the conceptual tools for the basic behavioral relations
between the organism and its environment and to the possible resulting effects as well.
Despite consensual that certain consequences may increase behavior probabilities
(reinforcement) there is an extensive debate on the role of consequences in suppressing
responding and the process involved in it (punishment). Two perspectives prevail on this
debate, one termed symmetric, which considers reinforcement and punishment as
essentially differing only on the direction of the effect of the probability of responding;
and the other, named asymmetric, which, under many aspects considers punishment and
reinforcement as intrinsically distinguished phenomena and establishes specific bases to
consider each. The present dissertation is an investigation of the experimental bases of
the asymmetric position and a proposition of re-dimensioning the debate on the issue of
symmetry between reinforcement and punishment. For it, three studies investigated some
asymmetric assumptions. Study 1 was a replication of Thorndike (1932, Experiment 71),
investigating if the magnitude of the effects of punishment over the responding could be
proportional to the ones of reinforcement. Ten college students participated a multiple
choice task with the verbal stimuli “Right” and “Wrong” as consequences for the choices.
As in the original study, in spite of the choices followed by “Right” having their
probability increased, choices followed by “Wrong” continued to occur with probabilities
close to the chance level. This data imply unequal effects for each consequence. Study 2
was a replication of Skinner (1938) assessing the extension of the suppressive effects of
punishment in comparison to extinction. Six rats were trained for lever pressing on a
Fixed Interval (FI) schedule and them submitted to two extinction sessions. Half of the
subjects received Hot Air Blasts as consequence for lever pressing (FR1 punishment)
during the initial 10 minutes of the first extinction session. Once again, the data
reproduced the observed in the original study: although lever press was almost completely
suppressed during punishment, responding recovered once the punishment schedule was
over and by the end of the second extinction session the total number of responses was
the same for both groups of subjects. Study 3 was a replication of Arbuckle and Lattal
(1987) evaluating the relation between the behavior suppression produced by punishment
and negative reinforcement. Seven white rats served as subjects in an operant chamber
equipped with two levers and a self administration drug apparatus. After a training of
lever pressing on a Variable Interval (VI) schedule, one of the levers produced pellet as
consequence (VI-120s) and intravenous infusions of Histamine (behavioral suppressor)
on different VI schedules (maximum value of 15s). Responses on the other lever
prevented the histamine infusions (avoidance responding). Histamine effectively
suppressed responding however, it was not possible to establish and sustain reliable
avoidance responding, even when the contingencies were changed to promote specificvii
training of unsignaled (Sidman) avoidance. By discussing the three studies altogether
the difficulty of discussing the symmetry between reinforcement and punishment through
a single approach arouse. Each study, despite related to the general issue discussed, was
designed to answer to different dimensions of the question and the validity of such
discussion would be at question. On this scenario an additional essay was written aiming
at a conceptual evaluation of the symmetry issue. It is proposed a splitting of the theme
under suggested categories, which would help finding new and allegedly more fruitful
directions to the debate. CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Em análise do comportamento, considera-se central o papel das consequências na
explicação do comportamento. Reforçamento e punição são as ferramentas conceituais
utilizadas para se referir às relações comportamentais básicas entre o organismo e seu
ambiente e seus possíveis efeitos sobre o responder. Apesar de consensual a noção de que
certas consequências possam aumentar a probabilidade do responder (reforçamento) há
um extenso debate quanto ao papel de consequências em suprimir o responder e o modo
pelo qual isso ocorreria (punição). Duas perspectivas predominam nesse debate, uma
denominada simétrica, que considera reforçamento e punição como diferindo
essencialmente apenas na direção do efeito sobre a probabilidade do responder e outra
denominada assimétrica que, sob diversos aspectos, considera punição e reforço como
fenômenos essencialmente distintos e estabelece bases distintas para considerar cada um
deles. O presente trabalho é uma investigação das bases experimentais da proposição
assimétrica e uma proposta de redimensionamento do debate sobre a simetria entre
reforçamento e punição. Três estudos empíricos foram realizados investigando
proposições assimétricas. O Estudo 1 foi uma de replicação de um experimento de
Thorndike (1932), buscando verificar se a magnitude de efeitos da punição sobre o
responder seria proporcional a do reforçamento. Participaram do estudo 10 universitários
em um procedimento de múltipla escolha no qual as respostas eram consequenciadas com
os estímulos verbais “Certo” e “Errado”. Assim como no estudo original, constatou-se,
que embora escolhas seguidas de “Certo” aumentaram de probabilidade, respostas
seguidas de “Errado” continuaram a ocorrer em proporção próxima ao nível do acaso,
sugerindo um efeito desigual entre os dois tipos de consequências. O Estudo 2 foi uma
replicação de um experimento de Skinner (1938), avaliando a extensão dos efeitos
supressivos da punição comparativamente aos da extinção. Seis ratos passaram por um
treino de pressão à barra em FI e então foram submetidos a duas sessões de extinção.
Metade dos sujeitos recebeu jatos de ar quente (punição em FR1) como consequência
para o pressionar a barra nos 10 minutos iniciais da primeira sessão de extinção.
Novamente os dados obtidos reproduziram o observado do estudo original: apesar de se
observar uma supressão quase completa do responder dos sujeitos que passaram por
punição, quando a punição foi descontinuada estes responderam em taxas mais elevadas
e o número total médio de respostas dos sujeitos não diferiu tendo eles passado ou não
por punição. O Estudo 3 foi uma replicação de Arbuckle e Lattal (1987) avaliando a
relação entre a supressão comportamental produzida pela punição e o reforçamento
negativo. Participaram do estudo sete ratos. Foi utilizada uma caixa de condicionamento
operante com duas barras e equipamento de autoadministração de drogas. Após treino em
VI, uma das barras produzia alimento (VI-120s) e infusões intravenosas de histamina
(supressor comportamental) em diferentes VI’s, de no máximo 15s. Respostas na outra
barra preveniam as infusões de histamina (esquiva). Constatou-se que a histamina foi
eficaz em suprimir o responder. Entretanto, não se conseguiu estabelecer confiavelmente
o responder de esquiva, mesmo quando em fase posterior do estudo foi realizado umv
treino específico de esquiva não sinalizada. Ao se analisar conjuntamente os dados destes
três estudos, verificou-se a dificuldade de discutir a questão da simetria entre
reforçamento e punição sob apenas um enfoque. Cada um dos estudos, apesar de
relacionados ao tema geral abordado, pautava-se em diferentes perguntas específicas de
pesquisa. Diante desse cenário, uma seção adicional foi redigida com o objetivo de
examinar o problema do ponto de vista conceitual. Foi proposta, então, uma categorização
da literatura, redimensionando o debate.