Tese
Os folheiros do jaborandi: organização, parcerias e seu lugar no extrativismo amazônico
Registro en:
Autor
COSTA, Fabiano Gumier
Institución
Resumen
The jaborandi (Pilocarpus microphyllus Wardl ex Stapf) is a shrubby included in the family Rutaceae. Its use is contemplated in the ophthalmology due to the presence of pilocarpine, a substance used in the production of eye drops for the treatment of glaucoma. In addition, jaborandi is widely used in cosmetics, in xampus and hair creams against hair loss. In the Carajas National Forest there are native populations of jaborandi managed by local people called “folheiros”, organized in a cooperative. In order to investigate how this has happened to the plant extractivism in Carajás and the outlook for activity, we left from a guiding question for the job: Why, despite all the difficulties in its organizational base, low bargaining power in with pharmaceutical companies, the process of criminalization that were targeted, and weaknesses of the plant extractivism as an economic activity, the “folheiros” jaborandi persist in the extractive activity after 25 years? Through four hypotheses outline a scenario for the extractivism of jaborandi Carajas in dialogue with the literature that addresses the management of natural resources in tropical forests, particularly on the extractivism. We conclude that the extractivism of jaborandi, after several legal problems for their organization evolves from a condition of great state repression to a process of agreement for its sustainable management. Despite predictions about the economic viability of extractivism, we believe that the extractivism of jaborandi may be an exception to the patterns previously observed. This is because the native plant has the qualitative advantages over jaborandi grown on large scale. Currently, pharmaceutical companies have sought to acquire sheets of extractive jaborandi also by market benefits associated with positive image of partnerships with local communities and traditional populations. Nevertheless, the extraction is in serious danger of collapse because the fragile social organization of “folheiros” or because its management inviability caused by the advance of mining in the area. O jaborandi (Pilocarpus microphyllus Stapf ex Wardl) é uma planta de porte arbustivo da família Rutaceae. Seu uso é consagrado na oftalmologia em virtude da presença da pilocarpina, substância utilizada na produção de colírios para o tratamento do glaucoma. Além disso, o jaborandi é muito utilizado na indústria cosmética, em xampus e cremes capilares contra queda de cabelo. Na Floresta Nacional de Carajás existem populações nativas de jaborandi manejados pela população local, organizados em uma Cooperativa e que são denominados folheiros. De modo a investigar como evoluiu o extrativismo desta planta em Carajás e quais as perspectivas para atividade, partimos de uma pergunta norteadora para o trabalho: Por que, apesar de todas as dificuldades em sua base organizativa, do baixo poderio na negociação com as empresas farmacêuticas, do processo de criminalização de que foram alvos, e das fragilidades do extrativismo vegetal como atividade econômica, os folheiros do jaborandi persistem na atividade extrativista após 25 anos? Através de quatro hipóteses explicativas traçamos o cenário para o extrativismo de jaborandi em Carajás dialogando com a literatura que aborda o manejo de recursos naturais em florestas tropicais, em especial sobre o extrativismo vegetal. Concluímos que o extrativismo de jaborandi, após várias dificuldades legais para seu ordenamento, evoluiu de uma condição de grande repressão do Estado até um processo de pactuação para seu manejo sustentável. Apesar das previsões sobre a inviabilidade econômica do extrativismo, entendemos que o extrativismo de jaborandi possa ser uma exceção aos padrões anteriormente observados. Isto porque a planta nativa possui vantagens qualitativas em relação ao jaborandi cultivado em larga escala. Atualmente as empresas farmacêuticas tem buscado adquirir folhas de jaborandi de extrativistas também pelas vantagens de mercado associadas à imagem positiva das parcerias estabelecidas com comunidades locais ou populações tradicionais. Apesar disto, o extrativismo corre sério risco de entrar em colapso pela frágil organização social dos folheiros ou pela inviabilidade de seu manejo, causada pelo avanço da mineração na área.
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