The article reflects on the conformation of the world view of a group of young people from a city in the southeast of Pará, Parauapebas, about the experience of living on an Amazonian border. The visions of common sense – on the one hand the promise of wealth and development; on the other hand, the image of crisis and violence – are contrasted by the representations effectively constructed by these young people in their daily lives, forming a generational experience marked by the sensation of transience. The discussion is based on research about the social representations of a group of 38 students of a Communication- Journalism course. For the most part, these students were born outside the Amazon region and experienced the social situation identified by several authors as being marked by the conflicting and transient dynamics that characterize the social processes of occupation of the Amazonian territory – a situation that is often identified as an ontological void. We test this perception by contrasting it with the actual daily experience of young people. To do so, we collect their social representations of where they live, inquiring about how their perceptions of the world and the rural Amazon are mediated by the intersubjective and media tissues that make up the Amazonian "frontier" as a space condemning to the transition and to the eventuality.O artigo reflete sobre a conformação da visão de mundo de um grupo de jovens de uma cidade do sudeste do Pará, Parauapebas, sobre a experiência de viver numa fronteira amazônica. As visões do senso comum – por um lado a promessa de riqueza e desenvolvimento; por outro, a imagem de crise e violência – são contrapostas pelas representações efetivamente construídas por esses jovens nas suas vidas cotidianas, conformando uma experiência geracional marcada pela sensação de transitoriedade. A discussão se produz com base em pesquisa a respeito das representações sociais de um grupo de 38 alunos de um curso de Comunicação, com habilitação em Jornalismo. Em sua maioria, esses alunos nasceram fora da região amazônica e experienciaram a situação social identificada por diversos autores como sendo marcada pelas dinâmicas conflitivas e transitórias que caracterizam os processos sociais de ocupação do território amazônico – situação essa muitas vezes identificada como um vazio ontológico. Testamos essa percepção, contrapondo-a com a experiência cotidiana efetiva dos jovens. Para fazê-lo, recolhemos suas representações sociais a respeito do lugar em que vivem, indagando em que medida suas percepções de mundo e a respeito do rural amazônico são mediadas pelos tecidos intersubjetivos e midiáticos que conformam a “fronteira” amazônica como um espaço condenando à transição e à eventualidade.UFPA - Universidade Federal do Pará