Dissertação
Recuperação florestal em açaizais de várzea submetidos ao manejo intensivo no estuário amazônico
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Autor
CARVALHO, Rosileia da Costa
Institución
Resumen
Forest recovery has been a strategy used by riverside of the Amazonian estuary to recover forests heavily anthropized by the intensive exploitation of açaizais. In this work we seek to identify and analyze the emergence of these forest recovery experiences in the municipality of Abaetetuba. In order to study forest recovery in floodplain areas it was necessary to zonate these experiences, which resulted in 38 experiences identified and distributed in the floodplain region. Identifying its characteristics and nature, thus realizing a typology, which composes the first article of this work. In the second article we focus on analyzing the trajectories of these experiences, starting from a detailed study of an establishment for each type found, understanding the decisive historical factors for the differentiation of trajectories, we also analyze the logics of changes of the practices in the management of açaizais, which sometimes occurs the confluence of several logics, triggered by the riverside for decision making. For that it was necessary to conduct retrospective interviews with the families chosen for the detailed study, totalizing 4 families. We also sought to identify the factors that influenced the conformation of the scenario of forest recovery experiences, among them the allocation of credits to encourage the recovery of forest diversity. In the third and last article we seek to understand how the experiences of forest recovery in the areas of açaizais have reflected in the knowledge and practices of the riverside. We find a variety of strategies used in the management of açaizais that incorporate different levels of knowledge, external variables such as the market and technical assistance influence the changes of these practices and knowledge. We find that not always change of knowledge represents practical changes, since the riverine may not have the resources to carry them out. And that the productive strategies can be constituted of traditional knowledge, as well as of new knowledge. FAPESPA - Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas A recuperação florestal tem sido uma estratégia utilizada pelos ribeirinhos do estuário amazônico para recuperação de florestas fortemente antropizada pela exploração intensiva dos açaizais. Neste trabalho buscamos identificar e analisar o surgimento dessas experiencias de recuperação florestal no município de Abaetetuba. Para estudar a recuperação florestal em áreas de açaizais de várzea foi necessário realizar o zoneamento dessas experiencias, o que resultou em 38 experiencias identificadas e distribuídas na região de várzea. Identificando suas características e natureza, realizando assim uma tipologia, que compõe o primeiro artigo deste trabalho. No segundo artigo nos focamos em analisar as trajetórias dessas experiencias, partindo de um estudo detalhado de um estabelecimento por cada tipo encontrado, entendendo os fatores históricos decisivos para a diferenciação das trajetórias, analisamos também as lógicas de mudanças das práticas no manejo dos açaizais, percebendo que por vezes ocorre a confluência de diversas lógicas, acionadas pelos ribeirinhos para tomada de decisões. Para isso foi necessário realizar entrevistas retrospectivas com as famílias escolhidas para o estudo detalhado, totalizando 4 famílias. Também buscamos identificar os fatores que influenciaram a conformação do cenário das experiencias de recuperação florestal, dentre eles principalmente a destinação de créditos para incentivo à recuperação da diversidade florestal. No terceiro e último artigo buscamos compreender como as experiencias de recuperação florestal nas áreas de açaizais tem refletido nos saberes e práticas dos ribeirinhos. Encontramos uma variedade de estratégias utilizadas no manejo dos açaizais que incorporam vários níveis de saberes, variáveis externas como o mercado e assistência técnica influenciam nas mudanças dessas práticas e saberes. Constatamos que nem sempre mudança de saberes representa mudanças práticas, tendo em vista que o ribeirinho pode não dispor de recursos para realiza-las. E que as estratégias produtivas podem ser constituídas de conhecimentos tradicionais, bem como de novos saberes.