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MARGUERITE DURAS AND THE TESTIMONY OF THE IMPOSSIBLE IN HIROSHIMA MON AMOUR
MARGUERITE DURAS E O TESTEMUNHO DO IMPOSSÍVEL EM HIROSHIMA MON AMOUR
Registro en:
10.18542/rmi.v16i27.13445
Autor
BOSI, Isabela Magalhães
Institución
Resumen
A couple of lovers meet in Hiroshima in August 1957. He is Japanese. She, a French actress, is in town to shoot a film about peace. Lying in bed in a hotel, she tells everything she saw in Hiroshima, the museums, the images, the survivors, the tracks. To which he replies, emphatically: Tu n'as rien vu to Hiroshima. Thus, she starts Hiroshima Mon Amour, text by Marguerite Duras, written as a script for the homonymous film by Alain Resnais, in which she creates a dialogue between these two characters, marked in different ways by the horrors of war. Her writing reveals the impossibility of talking about catastrophes like the one in Hiroshima – and all one can do is talk about this impossibility. Duras highlights the unavoidable character of the tragedy while, throughout the narrative, her character tries to elaborate on her own war traumas, provoked by the interest of her Japanese lover. Our objective, therefore, is to analyze how Duras' text builds a testimony of the impossible, stretching the limits of literature, and cinema, beyond an attempt at representation. In order to do so, we dialogue with thinkers such as Jacques Derrida and Márcio Seligmann-Silva, whose theories about testimony and literature, or even testimonial literature, help to deepen this reflection. Um casal de amantes se conhece em Hiroshima, em agosto de 1957. Ele, japonês. Ela, uma atriz francesa, na cidade para gravação de um filme sobre a paz. Deitados na cama de um hotel, ela conta tudo o que viu em Hiroshima, os museus, as imagens, os sobreviventes, os rastros. Ao que ele responde, taxativo: Tu n'as rien vu à Hiroshima. Assim, inicia Hiroshima Mon Amour, texto de Marguerite Duras, escrito como roteiro para o filme homônimo de Alain Resnais, no qual ela cria um diálogo entre esses dois personagens, marcados de diferentes formas pelos horrores da guerra. Sua escrita revela a impossibilidade de se falar de catástrofes como a de Hiroshima – e tudo o que se pode fazer é falar dessa impossibilidade. Duras põe em relevo o caráter intestemunhável da tragédia enquanto, ao longo da narrativa, sua personagem tenta elaborar os próprios traumas de guerra, provocada pelo interesse do amante japonês. Nosso objetivo, portanto, é analisar como o texto de Duras constrói um testemunho do impossível, estirando os limites da literatura, e do cinema, para além de uma tentativa de representação. Para tanto, dialogamos com pensadores como Jacques Derrida e Márcio Seligmann-Silva, cujas teorias sobre testemunho e literatura, ou mesmo literatura de testemunho, ajudam a aprofundar essa reflexão.