Atualmente uma vasta gama de contaminantes v??m sendo detectados no meio h??drico, os produtos farmac??uticos merecem aten????o especial, pois representam mistura complexa de contaminantes no ambiente, podendo causar efeitos delet??rios a biota. Esses compostos possuem alta produ????o, utiliza????o, descarte incorreto, chegando a rede coletora de esgoto atrav??s principalmente, da excre????o humana e de residuos da ind??stria farmaceutica e agropecu??ria. Em ??guas superficiais, contribuem na altera????o do padr??o de qualidade das ??guas e redu????o da biodiversidade de organismos aqu??ticos, afetando tanto os ecossistemas quanto a sa??de humana. As t??cnicas convencionais de tratamentos de efluentes s??o insuficientes na remo????o desses compostos e seus metab??litos, sendo assim, buscam-se t??cnicas avan??adas capazes de reduzir esses res??duos nas ??guas. O processo de irradia????o por feixe de el??trons vem mostrando resultados satisfat??rios na degrada????o dos compostos farmac??uticos, podendo ser utilizado como alternativa ou complemento aos processos de tratamento de efluentes. O objetivo deste trabalho foi a avalia????o ecotoxicol??gica de quatro compostos farmaceuticos, isolados e em diferentes misturas (bin??rias, tern??rias e quatern??rias), bem como a aplica????o da irradia????o por feixe de el??trons, como proposta de tratamento para a redu????o dos efeitos t??xicos. Foram realizados ensaios com o antidepressivo Fluoxetina, o ??-bloqueador Propranolol, o antibi??tico Sulfadiazina e o estimulante Cafe??na, individuais e combinados, antes e ap??s o processo de irradia????o. Os organismos-teste utilizados foram o microcrust??ceo Daphnia similis e a bact??ria Vibrio fischeri. A avalia????o de risco atrav??s da concentra????o prevista sem efeito (PNEC), e a intera????o das misturas bin??rias (MixTox) tamb??m foram abordados no presente estudo. Os resultados dos ensaios de toxicidade para efeitos agudos dos f??rmacos individuais indicaram poss??vel risco de sua presen??a para a biota aqu??tica, quanto ao Propranolol e a Cafe??na. Nas an??lises das intera????es toxicol??gicas das misturas bin??rias, foi identificado sinergismo para a mistura de Fluoxetina com Propranolol, e antagonismo para a mistura de Fluoxetina com Sulfadiazina e com a Cafe??na. A irradia????o por feixe de el??trons foi eficaz na redu????o da toxicidade dos compostos combinados. Na mistura bin??ria de Fluoxetina com o Propranolol, a efici??ncia de remo????o da toxicidade foi de 80% para D. similis e 30% para V. fischeri, nas doses de 2,5 e 5,0 kGy. A mistura de Fluoxetina com Sulfadiazina apresentou valores entre 20-30% de redu????o da toxicidade para ambos os organismos e doses aplicadas. Os resultados da mistura de Fluoxetina com Cafe??na apresentaram efici??ncia de remo????o da toxicidade de 45% para D.similis e 30% para V.fischeri, nas doses aplicadas. Nas misturas tern??rias, a efici??ncia de remo????o de toxicidade foi de 40% e 55% para V. fischeri, e de 25% e 35% para D. similis, respectivamente nas doses de 2,5 e 5,0 kGy. Na mistura quatern??ria a redu????o da toxicidade chegou a 80% para V. fischeri versus 60% para D. similis, na dose de 5,0 kGy; e em 40%, para ambos os organismos, na dose de 2,5 kGy. Houve o decaimento da absorb??ncia em todos os comprimentos de onda caracter??sticos das amostras, indicando que o processo de irradia????o foi eficiente na degrada????o dos compostos, por??m baixa efici??ncia de remo????o de carbono org??nico total, indicando que n??o houve mineraliza????o significativa das amostras irradiadas.Tese (Doutorado em Tecnologia Nuclear)IPEN/TInstituto de Pesquisas Energ??ticas e Nucleares - IPEN-CNEN/SP