Tese
Charcoal cooling kinetics: computational simulation and industrial applications
Cinética de resfriamento de carvão vegetal: simulação computacional e aplicações industriais
Registro en:
BUSTOS VANEGAS, Jaime Daniel. Charcoal cooling kinetics: computational simulation and industrial applications. 2018. 93 f. Tese (Doutorado em Engenharia Agrícola) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2018.
Autor
Bustos Vanegas, Jaime Daniel
Institución
Resumen
Brazil is the largest producer of charcoal from planted forests with 5.5 million tons in 2016. The Brazilian steel industry consumes 85% of the national production of charcoal from eucalyptus. The common-use technology for large-scale charcoal production in the country consists of masonry kilns. Its walls and floor are built using isolation materials that minimize heat losses during the wood carbonization stage. However, the thermal inertia of these components represents additional heat that must be removed during the charcoal cooling stage, as reflected in the extended process time. The long cooling time is also due to the heat generation in oxidation reactions at low temperatures. The intensity of this reactions depends on complex interactions between the interstitial gas and the solid matrix of charcoal. Natural and forced convection heat exchangers have been developed by some companies in an attempt to reduce cooling times. However, there is still a lack of knowledge regarding the dynamics of gas flow inside the kiln and physical-chemical reactions occurring in the charcoal bed, which constitutes a limitation for its optimization. In this scenario, in the first part of this study are presented and discussed the main technologies developed for cooling of carbonization kilns, identifying the challenges for its optimization and the possible impacts on charcoal quality. In the second part, aims to evaluate the effect of the thermal inertia of the kiln structural elements, a typical industrial kiln with a capacity of 700 m 3 was modeled and validated using a set of experimental measurements of temperatures during a 4-day carbonization stage and 8-day cooling stage. A CFD (Computational Fluid Dynamics) analysis was performed to simulate the heating and cooling of the system composed of wood, carbonization gases, brick walls, and floor. In the third part, a laboratory-level experiment was conducted with the objective of evaluating the kinetics of charcoal oxidation at low temperatures by quantifying the heat generated and the oxygen consumed in the reaction. Finally, two and three-dimensional CFD analysis were performed to evaluate the effect of an insulation layer covering the floor and a buoyancy-driven heat exchanger on the cooling time. With the results of this research, it can be concluded that there is still a great opportunity for improvement and optimization of cooling systems for carbonization kilns. The temperature profile in the walls approaches to a pseudo-steady state, allowing to model this domain as a boundary condition. The heat transfer at the floor is extensive; therefore, the adiabatic boundary condition cannot be imposed at the bed – floor interface. A 3 cm layer of insulation concrete over this interface could reduce the energy requirement for the carbonization stage in 6% and could reduce the cooling time in almost 2 days. The use of a buoyancy-driven flow heat exchanger can reduce the cooling time between 27 and 59%, increasing productivity per kiln per year up to 65%. The rate of oxygen consumption increases with charcoal temperature at rates that depend on the initial concentration of O 2 . The beginning of the oxidation reactions was observed at 67 °C in atmospheres with 20.9% O 2 . The overall activation energy for the self-heating phenomenon was 17790 J mol -1 and its intensity was increased with the temperature and O 2 concentration. Our findings provide important information for the improvements in the kiln operation and allow the establishment of consistent initial conditions of temperature and heat flux for kinetics models for charcoal cooling in kilns. O Brasil é o maior produtor de carvão vegetal de florestas plantadas, com 5,5 milhões de toneladas em 2016. A indústria siderúrgica brasileira consome 85% da produção nacional de carvão vegetal produzido a partir de eucalipto. A tecnologia de uso comum para a produção de carvão em larga escala no Brasil consiste em fornos de alvenaria. Suas paredes e piso são construídos usando materiais isolantes que minimizam as perdas de calor durante a fase de carbonização da madeira. No entanto, a inércia térmica desses componentes implica uma carga térmica adicional que deve ser removida durante a etapa de resfriamento, resultando em longos tempos de operação. A baixa taxa de resfriamento também é devido à geração de calor em reações de oxidação a baixas temperaturas. A intensidade dessas reações depende de interações complexas entre o gás intersticial e a matriz sólida do carvão. Trocadores de calor por convecção natural e forçada foram desenvolvidos por algumas empresas na tentativa de reduzir os tempos de resfriamento. No entanto, ainda há falta de conhecimento sobre a dinâmica do fluxo de gás no interior do forno e reações fisico-quimicas ocorrendo no leito de carvão, o que constitui uma limitação para sua otimização. Neste cenário, na primeira parte deste estudo são apresentadas e discutidas as tecnologias atualmente desenvolvidas para resfriamento de fornos de carbonização, identificando os desafios para sua otimização e os possíveis impactos na qualidade do carvão vegetal. Na segunda parte, foi avaliado o efeito da inércia térmica dos elementos estruturais do forno. Um forno industrial retangular com capacidade de 700 m 3 de madeira foi modelado e validado usando um conjunto de medidas experimentais de temperaturas durante um período de 4 dias de carbonização e 8 dias de resfriamento. Uma análise CFD (Computational Fluid Dynamics) foi realizada para simular o aquecimento e resfriamento do sistema composto de madeira, gases de carbonização, paredes e piso. Na terceira parte, um experimento ao nível de laboratório foi conduzido com o objetivo de avaliar a cinética de oxidação do carvão vegetal a baixas temperaturas quantificando o calor gerado e o oxigênio consumido na reação. Finalmente, foram realizadas análises CFD em duas e três dimensões objetivando avaliar o efeito de uma camada de isolamento térmico cobrindo o piso e de um trocador de calor acionado por convecção natural no tempo e homogeneidade do resfriamento. Com os resultados desta pesquisa pode se concluir que ainda existe uma grande oportunidade de melhora e otimização de sistemas de resfriamento para fornos de carbonização. O perfil de temperatura nas paredes se aproxima de um estado pseudo-estacionário, permitindo modelar este domínio como uma condição de contorno. A transferência de calor no piso é extensa; portanto, a condição de fronteira adiabática não pode ser imposta na interface leito-piso. Uma camada de 3 cm de concreto isolante sobre essa interface poderia reduzir a demanda de energia para o estágio de carbonização em 6% e reduzir o tempo de resfriamento em quase 2 dias. O uso de um trocador de calor de fluxo acionado por convecção natural pode reduzir o tempo de resfriamento entre 27 e 59%, aumentando a produtividade por forno por ano em até 65%. A taxa de consumo de oxigênio aumenta com a temperatura do carvão a taxas que dependem da concentração inicial de O 2 . O início das reações de oxidação foi observado a 67 °C em atmosferas com 20,9% de O 2 . A energia de ativação global para o fenômeno de auto-aquecimento foi 17790 J mol -1 e sua intensidade aumentou com a temperatura e a concentração de O 2 . Nossas descobertas fornecem informações importantes para melhorias na operação do forno e permitem o estabelecimento de condições iniciais consistentes de temperatura e fluxo de calor para modelos cinéticos de resfriamento de carvão vegetal em fornos de alvenaria. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico