Dissertação
Avaliação da diversidade e estrutura genética entre subespécies de Inga subnuda Salzm ex. Benth. (Leguminoseae, Mimosoideae)
Genetic diversity and structure among subspecies of Inga subnuda Salzm. ex Benth (Leguminosae, Mimosoid)
Registro en:
BADIA, Clara da Cruz Vidart. Avaliação da diversidade e estrutura genética entre subespécies de Inga subnuda Salzm ex. Benth. (Leguminoseae, Mimosoideae). 2020. 79 f. Dissertação (Mestrado em Botânica) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2020.
Autor
Badia, Clara da Cruz Vidart
Institución
Resumen
O gênero Inga (Leguminosae) é caracterizado pela sua rápida e recente diversificação e elevada riqueza, representada por ca. 300 espécies distruibuídas na região Neotropical. Dessas, 48 são endêmicas da Mata Atlântica brasileira. Dentre elas está Inga subnuda, cuja circunscrição atual inclui a subespécie subnuda, que ocorre do estado da Paraíba ao Rio de Janeiro; e a subespécie luschnathiana, que ocorre do Espírito Santo ao estado de Santa Catarina. Ambas são simpátricas na região sudeste e compartilham caracteres florais e foliares, o que dificulta a delimitação morfológica das mesmas. Tal dificuldade é acentuada pela coocorrência de Inga vera subsp. affinis com ambas as subespécies de I. subnuda, o que resulta em morfologias intermediárias entre I. vera subsp. affinis e I. subnuda subsp. luschnathiana. No presente trabalho, aplicamos caracteres morfológicos previamente descritos como distintivos entre as subespécies de I. subnuda a 94 espécimes coletados em 8 populações naturais, e outros caracteres foram adicionados após observação em campo. Utilizamos 84 sequências de DNA plastidial (espaçador trnD-trnT) e 58 sequências nucleares (ITS 1 e 2) para caracterizar as relações filogenéticas entre os táxons. Os resultados obtidos apontam I. subnuda subsp. subnuda como um táxon mais estruturado em relação às demais subespécies, enquanto I. subnuda subsp. luschnathiana e I. vera subsp. affinis apresentaram- se como um grupo mais próximo. O compartilhamento de haplótipos diferiu entre os marcadores utilizados, evidenciando que há retenção de polimorfismo ancestral entre as subespécies, dada a recente diversificação das mesmas. A presente dissertação foi organizada no formato de artigo científico intitulado “MOLECULAR AND MORPHOMETRIC APPROACHES IN RECENTLY RADIATED SPECIES: Inga subnuda SALZM. EX BENTH AND Inga vera WILLD. (LEGUMINOSAE, MIMOSOID CLADE)”. O artigo explora diferentes linhas de evidência que contribuem para a delimitação das espécies supracitadas. Possíveis cenários demográficos e biogeográficos são discutidos e um novo status é sugerido para o táxon atualmente circunscrito como Inga subnuda subsp. Luschnathiana. Palavras-chave: DNA nuclear. DNA plastidial. Mata Atlântica. Morfometria. Taxonomia Integrativa. The species-rich genus Inga Mill (Leguminosae) presents ca. 300 species widespread throughout the Neotropics and is recognized by its recent and rapid diversification. Forty- eight species of Inga are endemic of the brazilian Atlantic Forest. Among them, there is Inga subnuda currently circumscribed as having two subspecies: subsp. subnuda, which occurs from the state of Paraíba to Rio de Janeiro; and subsp. luschnathiana, which occurs from Espírito Santo to the state of Santa Catarina. Both subspecies occur in sympatry in the southeastern region and share floral and leaf characters, which hampers the morphological delimitation. The co-occurrence of Inga vera subsp. affinis with both subspecies of I. subnuda results in intermediate morphologies between I. vera subsp. affinis and I. subnuda subsp. luschnathiana, making the distinction between the latter species even harder. We sampled 94 individuals from 8 natural populations and evaluated morphological characters previously described as distinctive among the subspecies of I. subnuda in addition to others not measured yet. We used 84 plastid (trnD-trnT spacer) and 58 nuclear (ITS 1 and 2) DNA sequences to characterize the phylogenetic relationships between taxa. The results obtained point out I. subnuda subsp. subnuda is more structured in relation to the other subspecies, whilst I. subnuda subsp. luschnathiana and I. vera subsp. affinis constituted a closer group. The sharing of haplotypes differed between the markers used, evincing a retention of ancestral polymorphism between the subspecies, given their recent diversification. This dissertation was organized in the format of a scientific paper entitled “MOLECULAR AND MORPHOMETRIC APPROACHES IN RECENTLY RADIATED SPECIES: Inga subnuda SALZM. EX BENTH AND Inga vera WILLD. (LEGUMINOSAE, MIMOSOID CLADE)”. This paper explores different lines of evidence that contribute to the delimitation of the species. Demographic and biogeographic scenarios are discussed, and a new status of for the taxon currently circumscribed as Inga subnuda subsp. luschnathiana is suggested. Keywords: Atlantic Forest. Integrated Taxonomy. ITS. cpDNA. Morphometrics. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico