A indústria de cosméticos, perfumaria e produtos de higiene pessoal (HPPC) está presente no cotidiano de grande parte da população ao redor do mundo – hoje 95% dos brasileiros consideram os produtos dessa categoria como essenciais e indispensáveis. Essa constatação pode ser provada com a movimentação de 465 bilhões de dólares no mundo em 2017 pelo setor. O consumo de água nas indústrias chega ao nível 22% do consumo total de água no mundo, e em países da Europa e nos EUA, isto chega na marca de 50%. As indústrias necessitam de qualidades de águas diferentes dependendo do setor no qual se encontram e dos produtos que estão sendo desenvolvidos. Além do consumo de água, as indústrias geram efluentes que devem tratados de acordo com os grupos de poluentes que possuem e a necessidade da qualidade de água que é definido por lei. Nas últimas décadas, a legislação ambiental tem se tornado mais rigorosa com os padrões de lançamento de efluentes gerados nas indústrias, com o intuito de preservar o meio ambiente e a saúde humana. Sendo assim, os custos com o tratamento de efluentes têm aumentado gradativamente. Atualmente, existe a cobrança pelo consumo de água tratada pela companhia de abastecimento público ou pelo consumo de fontes de águas naturais por parte do departamento do governo responsável por regular os recursos hídricos. Sendo assim, a cobrança incentiva o uso consciente da água na indústria e a utilização de técnicas de reuso. No presente estudo, realizou-se um estudo de caso de uma fábrica de produtos HPPC situada no estado do Rio de Janeiro. A caracterização das águas de insumos utilizados em diferentes usos da fábrica e dos efluentes gerados foi realizada em laboratório. A partir da caracterização, quatro possibilidades de reuso ou reaproveitamento de águas e efluentes dentro da fábrica em estudo foram propostas e, com isso, foi avaliado a viabilidade técnica para implementação das mesmas. Para três das quatro propostas de modificação foram realizadas uma avaliação preliminar da economia que cada mudança poderia gerar para a fábrica. O estudo de caso possui um potencial de redução de consumo de 31.778,4 m³ de água por ano do abastecimento público (CEDAE) e uma avaliação preliminar de economia de R$ 1.814.890,50 no primeiro ano de projeto.