Trabalho de conclusão de graduação
Desenvolvimento de bigéis e nanocápsulas contendo óleo de buriti para uso cosmético
Registro en:
AYALA, Juliana Marciano. Desenvolvimento de bigéis e nanocápsulas contendo óleo de buriti para uso cosmético. 2022. 50 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Farmácia) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Campus UFRJ-Macaé, Macaé, 2022.
Autor
Ayala, Juliana Marciano
Institución
Resumen
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) A indústria de cosméticos é um setor em constante crescimento devido à grande procura por produtos que promovam beleza e saúde da pele, fazendo com que cresçam estudos e novas tecnologias. Os hidratantes pertencem a uma das classes mais importantes dos produtos cosméticos, e os óleos vegetais, como o óleo de buriti, são componentes amplamente empregados em seu preparo. Dentre as formulações hidratantes mais estudadas está a emulsão, porém são instáveis. Já os bigéis são sistemas bifásicos estruturados, que apresentam alta estabilidade, compostos por duas fases gelificadas, o oleogel e o hidrogel. O óleo de buriti, proveniente do fruto do buritizeiro (Mauritia flexuosa), é rico em carotenóides e ácidos graxos, o que garante seu efeito hidratante e antioxidante, porém, é comum que ocorra a oxidação de alguns compostos. Com o objetivo de evitar essa degradação, é interessante incorporar o óleo a formulações que promovam proteção. Um exemplo é a nanoencapsulação, que permite o aprisionamento do óleo em uma parede polimérica, diminuindo a degradação dessas substâncias. Os bigéis foram preparados através da mistura das duas fases nas proporções de 2:98, 5:95, 8:92, 10:90, 30:70 e 50:50 de oleogel e hidrogel, respectivamente. Os hidrogéis continham o gelificante hidroxietilcelulose, os conservantes e o umectante propilenoglicol, já o oleogel continha o óleo de Buriti, o antioxidante e o Tixosil ® . As nanocápsulas foram preparadas utilizando o método por polímero pré-formado, e continha na fase oleosa o óleo de Buriti, polímero e tensoativo, já a fase aquosa é composta pelo tensoativo e água ultrapura. Foram feitos dois planejamentos fatoriais 3² com quantidades variáveis de óleo e polímero, e com um aumento na quantidade de tensoativo no segundo planejamento, totalizando 18 formulações. Os bigéis foram analisados quanto às suas características físico-químicas pela análise da estabilidade utilizando o teste de centrifugação, onde a formulação 2:98 se apresentou estável. As nanocápsulas foram analisadas quanto ao tamanho de partícula, potencial zeta e PDI. As formulações de nanocápsulas estáveis foram as com menor quantidade de óleo em todas as quantidades de polímero testadas, exceto a P11. O diâmetro de partícula no planejamento 1 variou de 168,9 a 263,2 nm, o potencial zeta de -22,1 até 0,002 mV e o PDI de 0,173 a 0,290. Já no planejamento 2 o diâmetro variou de 8,03 a 84,34 nm, o potencial zeta de -20,567 a 0,130 e o PDI de 0,231 a 0,516. Após análise estatística foi possível observar que a única influência significativa, nas quantidades testadas, foi entre o óleo e o tensoativo com diâmetro. Pensando na elaboração de um trabalho futuro, o bigel 2:98 e a formulação de nanocápsula P2 são as mais adequadas. A escolha do bigel 2:98 é devido ao seu comportamento após o teste de centrifugação, a formulação permanecer homogênea demonstra maior estabilidade em longo prazo. A formulação P2 das nanocápsulas é a mais adequada devido ao seu valor de PDI baixo, indicando homogeneidade do sistema, potencial zeta alto, indicando menor chance de formar agregados e bom tamanho de partícula, característica essencial para um bom carreamento do óleo.