Trabalho de conclusão de graduação
Atividade inibitória de extratos de plantas do gênero Casearia sobre os herpesvírus humanos 1 e 2
Registro en:
ALVIM, D. C. dos S. S. (2016). Atividade inibitória de extratos de plantas do gênero Casearia sobre os herpesvírus humanos 1 e 2 [Trabalho de conclusão de curso, Universidade Federal do Rio de Janeiro]. Repositório Institucional Pantheon.
Autor
Alvim, Danielle Cristina dos Santos Silva
Institución
Resumen
Os herpesvírus humanos 1 (HHV-1) e 2 (HHV-2) estão entre os vírus mais intensamente estudados, pois causam um amplo espectro de doenças. Atualmente, não há tratamento que elimine esse vírus do organismo, porém medicamentos antivirais podem diminuir e prevenir os sintomas e as possíveis complicações. Apesar da disponibilidade de um agente antiviral eficaz (aciclovir), estirpes resistentes a este fármaco já têm sido
isoladas, a maioria delas de pacientes imunocomprometidos. Dessa forma, existe uma necessidade urgente de encontrar substâncias que sejam eficazes para o tratamento da infecção por esses vírus, que apresentem atividade inibitória e que não sejam tóxicas para a célula hospedeira. Neste trabalho foi avaliado o potencial de inibição para o HHV-1 e HHV-2 de extratos brutos etanólicos das plantas Casearia sylvestris e Casearia arborea. O aciclovir foi empregado como composto padrão. Os experimentos foram realizados em cultura de células Vero. Inicialmente foi avaliada a citotoxicidade, para a obtenção da concentração máxima não tóxica (CMNT) e concentração citotóxica para 50% das culturas de células (CC50). A CMNT foi de 31,2 μg/mL para o extrato de C. arborea, de 7,8 μg/mL para o extrato de C. sylvestris e maior ou igual a 200 μg/mL (maior concentração avaliada) para o aciclovir. A CC50 foi de 144,08 μg/mL para o extrato de C. arborea, de 21,57
μg/mL para o extrato de C. sylvestris e superior a 200 μg/mL para o aciclovir. Para a avaliação da atividade anti-HHV-1 e -2, as células foram inoculadas com 100 TCID50 das suspensões virais na presença dos extratos e aciclovir, na CMNT. Após incubação, os sobrenadantes foram titulados e a inibição calculada pela diferença dos títulos do grupo controle de vírus (sem extratos ou aciclovir) com os dos testes. O extrato de C. sylvestris
foi capaz de inibir em 82,6 % a propagação do HHV-1 e em 99,9 % o HHV-2, enquanto que o extrato de C. arborea foi capaz de inibir em 48,7 % o HHV-1 e 94,4 % o HHV-2. O aciclovir apresentou inibição de 99,0% para os dois vírus. Na etapa seguinte os extratos foram testados em concentrações decrescentes para determinar a curva dose-resposta e obter a CE50 (concentração capaz de inibir em 50% a propagação viral). O extrato de C. sylvestris apresentou uma CE50 de 6,26 para o HHV-1 e 5,85 para o HHV-2. O aciclovir
apresentou CE50 de 0,8 para o HHV-1 e 1,38 para o HHV-2. Com o valor da CC50 e da CE50 foi possível calcular o IS (índice de seletividade), o extrato apresentou um índice de 3,4 e 3,68 para o HHV-1 e HHV-2, respectivamente, já o aciclovir, >250 para o HHV-1 e >145 para o HHV-2. Nos testes para determinação do mecanismo de ação do C. sylvestris foram observadas atividade virucida, interferência nos receptores celulares, inibição da penetração do vírus, além da atuação nos eventos pós-penetração para o HHV-1, com
destaque para o seu efeito virucida. O extrato de C. sylvestris mostrou excelente atividade inibitória, tanto para o HHV-1 quanto para o HHV-2. Em relação ao HHV-2, foi interessante observar que a percentagem de inibição foi superior à observada pelo aciclovir. Este é o primeiro estudo mostrando a atividade anti-HHV de C. arborea.
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