Trabalho de conclusão de graduação
Avaliação dos efeitos dos inibidores de histonas desacetilases e topoisomerase nos Trypanosoma cruzi e na viabilidade de células hospedeiras
Registro en:
CASTRO, L. S. de. (2017). Avaliação dos efeitos dos inibidores de histonas desacetilases e topoisomerase nos Trypanosoma cruzi e na viabilidade de células hospedeiras [Trabalho de conclusão de curso, Universidade Federal do Rio de Janeiro]. Repositório Institucional Pantheon.
Autor
Castro, Lucas Souza de
Institución
Resumen
Trypanosoma cruzi (T. cruzi) é o protozoário agente etiológico da Doença de Chagas, descrita pelo médico brasileiro Carlos Chagas em 1909. Esta é uma das treze doenças negligenciadas do mundo, predominantemente distribuída pela América Latina. Cerca de 10 milhões de pessoas encontram-se infectadas pelo parasito, levando à necessidade do desenvolvimento de terapias mais eficazes e menos tóxicas para o tratamento desta enfermidade. Uma nova estratégia para a pesquisa de drogas antiparasitárias é a
utilização de compostos que têm como alvo histonas desacetilases (HDACs) e topoisomerases (Topo). Estas são enzimas envolvidas com a organização do DNA nuclear, essenciais para a replicação e diferenciação do parasito, em suas formas evolutivas. O projeto em questão tem como intuito investigar o efeito de novos
compostos inibidores de HDAC, KV46 e KV24; e de topoisomerases, 3a, 3e, 3f; contra as formas epimastigotas do parasito. Para tal, foram realizadas curvas de crescimento, experimentos de viabilidade celular e microscopias eletrônicas de transmissão (MET) e varredura (MEV). Nossos resultados demonstraram alterações tanto na proliferação quanto na viabilidade dos parasitos, nas maiores concentrações testadas dos inibidores. A viabilidade celular das culturas de LLC-MK2, após 96 horas de tratamento, foi reduzida em 30 e 50% quando tratadas pela maior concentração, 50 M, dos compostos KV46 e KV24, respectivamente. No entanto, não sofreram efeito citotóxico significante quando tratadas com os inibidores de Topo. As análises por MET com as drogas KV46 e KV24 demonstraram alterações na estrutura paraflagelar e diminuição do kDNA.
Acúmulos de corpos lipídicos e desorganização do complexo de Golgi foram observados nos parasitos tratados com os inibidores de topoisomerases. Já a microscopia eletrônica de varredura apontou torção e arredondamento do corpo celular dos parasitos tratados com os inibidores. Concluímos, portanto, que os novos inibidores testados têm se demonstrado eficientes para o controle da proliferação do parasito, ao
mesmo tempo que apresentam baixa toxicidade em linhagem celular de mamífero, sendo assim, importantes para novos estudos quimioterápicos.