Trabalho de conclusão de graduação
Perfil clínico-epidemiológico da tuberculose drogarresistente na infância e adolescência no Brasil
Registro en:
NOGUEIRA, Daniella Manhães. Perfil clínico-epidemiológico da tuberculose
drogarresistente na infância e adolescência no Brasil. 2023. 80 f. Monografia (Graduação em Saúde
Coletiva) – Instituto de Estudos em Saúde Coletiva, Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro, 2023.
Autor
Nogueira, Daniella Manhães
Institución
Resumen
Introdução: A população infantil e adolescente são historicamente negligenciadas em
doenças curáveis e preveníveis como a tuberculose (TB), questão que se agrava na situação da
tuberculose drogarresistente (TBDR), a forma mais grave de desenvolvimento da doença, de
difícil diagnóstico e tratamento medicamentoso que a longo prazo pode trazer sequelas
irreversíveis. Objetivos: Analisar as características clínicas e sociodemográficas dos casos de
TBDR notificados em crianças e adolescentes no Brasil, no período de 2010 a 2021. Material
e Métodos: É um estudo retrospectivo que utilizou dados de TBDR notificados do Sistema de
Informação de Tratamentos Especiais de Tuberculose (SITETB), em crianças e adolescentes
de 0 a 19 anos, no período de 01 de janeiro de 2010 a 31 de dezembro de 2021. Este estudo
foi apreciado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Estudos em Saúde
Coletiva (CEP IESC) sob número CAAE 63722022.1.0000.5286. Foram realizadas análises
descritivas explorando as características sociodemográficas e clínico epidemiológicas dos
casos por meio do software estatístico livre R versão 4.1.1. Resultados: De 2010 a 2021, no
Brasil, foram notificados 601 casos de TBDR em crianças e adolescentes. Destes, 55,1% eram
do sexo masculino, 62,1% da raça/cor negra e 90% na faixa de 15 a 19 anos. O Rio de Janeiro
foi o estado com a maior carga da doença (34,6%). A forma clínica pulmonar foi a mais
frequente (93%), 85,7% eram “casos novos” e os casos de resistência primária ocorreu em
55,1% das notificações. A situação de encerramento “sucesso terapêutico” foi o mais
prevalente (61,9%) seguido pelo “abandono” (20,9%). Considerações finais: O controle da
TBDR depende de melhoria dos fatores relacionados aos serviços de saúde: melhoria no
diagnóstico e tratamento da TB em crianças e adolescentes, capacitação dos profissionais e
fortalecimento do trabalho em equipe, e otimização do sistema de referência e
contrarreferência. Além disso, há uma necessidade da promoção de saúde e fortalecimento do
Plano Nacional de Vacinação, em especial na BCG que protege crianças contra a tuberculose.