A bacia de Campos pertence ao conjunto de bacias marginais da costa leste brasileira. Sua gênese está diretamente relacionada à abertura do Oceano Atlântico e à consequente formação de um sistema de rifte, no qual estão inseridas três diferentes fases tectonossedimentares: Rifte, Pós-rifte e Drifte, sendo as duas primeiras referentes ao chamado “intervalo Pré-sal”. O trabalho tem como objetivo a interpretação sismoestratigráfica do intervalo Pré-sal da área de estudo, por meio da identificação de sismo-horizontes, sismofácies e sismossequências, assim como a avaliação de mapas de contorno estrutural e isópacas, visando identificar e compreender os possíveis fatores condicionantes do preenchimento estratigráfico do intervalo Pré-sal na porção central da bacia de Campos. O trabalho envolveu a análise e interpretação de um levantamento sísmico 3D PSDM e de dois poços perfurados na área. A partir da interpretação sísmica, concluiu-se que a segmentação estrutural da área de estudo se dá pela direção principal de falhas NESW que escalonam os blocos do embasamento e segmentam a área em uma série de hemi-grábens. Com o auxílio dos atributos sísmicos, foram interpretados seis sismo-horizontes chave no intervalo de estudo, além de identificadas e caracterizadas seis sismofácies. A partir desses dados, foi possível subdividir o Présal em cinco sismossequências (SS1 a SS5), limitadas pelos sismo-horizontes e preenchidas internamente pelas sismofácies. A SS1 apresenta sismofácies interpretadas como depósitos siliciclásticos proximais de borda de falha e possíveis derrames vulcânicos, influenciadas diretamente pelo embasamento e falhas geológicas. A partir das SS2 e SS3, uma mudança gradual das sismofácies, consequentemente, aponta uma mudança sucessiva na estratigrafia do intervalo, em termos de energia e sedimentação, ainda sob influência de falhas. Já nas SS4 e SS5, nota-se a ocorrência de sismofácies mais plano-paralelas e de altos contrastes de impedância, em oposto ao encontrado nas sismofácies mais basais, corroborando com o entendimento que a diminuição da atividade tectônica e a deposição em ambientes de menor energia dominam a dinâmica deposicional desse intervalo. Dessa forma, discutiu-se como a sedimentação na área de estudo teve uma influência tectônica reduzida gradualmente e uma consequente influência climática gradativamente mais relevante até o topo do Pré-sal.