Trabalho de conclusão de graduação
Gêmeas e análogas solares: uma análise espectroscópica no violeta e ultravioleta
Registro en:
MELO, Maria Luiza Ubaldo. Gêmeas e análogas solares: uma análise espectroscópica no violeta e ultravioleta. 2017. 96 f. Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado em Astronomia) - Observatório do Valongo, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.
Autor
Melo, Maria Luiza Ubaldo
Institución
Resumen
Bolsa de Iniciação científica FAPERJ Estrelas do tipo solar são objetos fundamentais para a astrofísica por desempenharem papel relevante na caracterização do Sol em relação às propriedades das demais estrelas. Dentre estes objetos, dedicamos uma atenção particular às análogas e gêmeas solares. Análogas solares são estrelas que possuem parâmetros, tais como temperatura efetiva, metalicidade, gravidade superficial e cores fotométricas, semelhantes aos do Sol. Gêmeas solares sâo objetos que possuem todos os observáveis astrofísicos fundamentais — massa, idade, temperatura efetiva, composição química, gravidade superficial, luminosidade, campos fotosféricos de velocidade, atividade magnética, etc — iguais aos solares dentro das incertezas de análise. A maioria das estrelas classificadas desta maneira, inclusive as melhores análogas e gêmeas da atualidade, foram caracterizadas de acordo com uma análise espectroscópica no domínio do visível. No entanto, sabemos que as regiões do violeta e do ultravioleta são interessantes em estrelas do tipo solar, pois são extremamente sensíveis à variação dos parâmetros atmosféricos. Isto torna estes regimes ferramentas relevantes na identificação de estrelas deste tipo, sendo ainda pouco explorados na literatura neste contexto. No
presente trabalho, apresentamos uma análise espectroscópica da região de 3995 → 4500 ˚A de 85
estrelas do tipo solar, incluindo candidatas interessantes a análogas e gêmeas solares. Utilizamos
o método dos índices espectrais, que já se revelou capaz de recuperar parâmetros atmosféricos
de forma competitiva com as demais técnicas, para identificar as transições mais proeminentes
no regime acima e analisar a sensibilidade destas linhas à variação dos parâmetros atmosféricos
estelares. Construímos uma calibração utilizando o método de análise de componentes principais
aplicado aos índices espectrais e aos parâmetros atmosféricos da amostra calibradora. Usamos
estes resultados para determinar que as estrelas HD 98649, HD 118598, HD 138573 e HD 140690
são as melhores análogas solares da nossa amostra de acordo com o domínio do violeta, classificação que não é permitida pela análise no visível por este regime possuir menor capacidade em
discriminar diferenças entre as características espectrais. Utilizamos, também, o CN (3850 ˚A)
e o CH (4310 ˚A), que s˜ao as principais moléculas observadas em estrelas do tipo solar e cujas
sensibilidades s˜ao altas com a temperatura efetiva, metalicidade e gravidade, para determinar,
quantitativamente, por´em de forma muito preliminar, similaridades entre um conjunto de candidatas a análogas e gêmeas solares e o Sol. Observamos que a correlação destas moléculas com
os parâmetros atmosféricos é baixa, com o CH mostrando apenas uma ligeira tendência com a
temperatura. Em vista disto, uma análise mais detalhada do CH e do CN é requerida. Sugerimos que os domínios do violeta e ultravioleta são potencialmente muito sensíveis em discriminar
sutis diferenças de características espectrais em estrelas de tipo solar, devendo ser explorados em
maior profundidade na caracterização de análogas e gêmeas solares.