Estudar as violências contra as mulheres sob a perspectiva relacional que inclui os aportes teóricos referentes aos homens e masculinidades mostra-se fundamental na compreensão e elaboração de ações para sua redução. Ainda que a Lei Maria da Penha constitua um marco importante no enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher, ela não é capaz, por si só, de viabilizar o questionamento por parte dos homens sobre a violência praticada de forma a promover mudanças de comportamentos culturalmente enraizados. Assim, o encaminhamento dos homens autores de agressão aos grupos reflexivos representa uma medida necessária com a finalidade não só de responsabilização, mas sobretudo detém a potencialidade de provocar a autocrítica com as discussões que atravessam os temas de violência de gênero e direitos das mulheres. Considerando que o processo de socialização masculina é permeado pela violência, incluir os homens nas políticas públicas de enfretamento às violências contra as mulheres evidencia a essencialidade da medida para a diminuição desses delitos.