O presente trabalho propõe um debate urbanístico organizado em diálogo com conceito de genocídio formulado por Abdias Nascimento em seu livro: “O Genocídio do Negro Brasileiro: Processo de um Racismo Mascarado”. A proposta é evidenciar desigualdades, a partir de um estudo orientado pela questão racial através do levantamento de dados a partir do Instituto de Segurança Pública (ISP) sobre os casos de mortes por agentes do Estado, filtrando as regiões da cidade do Rio de Janeiro onde encontram-se presentes Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), com o recorte temporal que se inicia em 2008 (ano da implementação da primeira UPP) até o ano de 2020. O objetivo final é caracterizar espacialmente o conceito de genocídio do negro na cidade do Rio de Janeiro, no intuito de demonstrar que a população que está na maioria das estatísticas de mortes por violência habitam espaços vulneráveis. Para isso, os dados levantados e analisados foram organizados graficamente através de material cartográfico, evidenciando que nestas áreas a maioria da população é preta. O trabalho por fim traz um informativo baseado em todo material levantado a fim de expandir esse debate sobre as camadas do genocídio para além do ambiente acadêmico.