Diante do aparecimento de novos movimentos políticos antidemocráticos, o tema do populismo voltou à pauta na década de 2010. Porém, não se trata de uma literatura nova, e mesmo no Brasil, já reúne análises desde meados da década de 1940. O presente trabalho buscou realizar uma análise crítica acerca das diversas abordagens do populismo, buscando compreender dentro de qual perspectiva considerar alguns movimentos como populistas passou a ser tão relevante. O método genealógico de Nietzsche foi escolhido em razão de sua proposta crítica, que inclusive proporcionou a análise dos modelos de produção da verdade ao longo dos séculos na sociedade ocidental por Foucault, que construiu assim o conceito de governamentalidade a partir da tríade soberania-disciplina-gestão da população. Será esse conceito de governamentalidade que dará significado à discussão do populismo como forma de “re-ação” a uma violência neuronal. Dentro das premissas genealógicas, se verá que a análise de Ernesto Laclau, de Ângela de Castro Gomes e de Jorge Ferreira, cada um com uma forma de analisar o populismo e a literatura sobre o tema, acabam por se limitar a uma cinesia “re-ativa”, sem demarcar a consciência acerca da vontade de potência da governamentalidade. Nesse sentido, será na relação governamentalidade-povo se encontrará a resposta à pergunta de partida.