O presente trabalho tem como objetivo descrever e explicar a distribuição sintática e a semântica de algumas expressões linguísticas com ‘porra’, no quadro teórico da semântica formal, isto é, tendo como base julgamentos de valor de verdade, julgamentos de gramaticalidade e julgamentos de felicidade por parte do falante nativo, confiando na sua intuição. Além disso, o tema será tratado no âmbito da teoria da expressividade de Christopher Potts (2006). Ademais, pretende-se discutir também o tabu social existente em relação aos palavrões, tendo como referencial para isso o linguista Renato Basso (2018). Também será explicado como alguns palavrões podem atuar como intensificadores, utilizando para isso o artigo em que o quadro teórico da expressividade, dentro da semântica formal, é abordado aplicado a outros palavrões, como ‘puta’, o que foi feito por Basso & Souza (2020). Por fim, pretende-se apresentar dados do Português Brasileiro (PB) com ‘porra’ que ilustram seu alto uso expressivo pelos falantes, determinando a distribuição sintática e a interpretação semântica de expressões em que ‘porra’ aparece, indicando que, dependendo da posição em que o expressivo ‘porra’ aparece, o significado da sentença pode ser completamente diferente, tendo um sentido negativo quando posicionado à esquerda do nome, e positivo, quando posicionado à direita do nome, caso não haja um adjetivo explícito sendo modificado pelo expressivo.