Trabalho de conclusão de graduação
Mapeamento geológico-estrutural 1:25.000 e petrografia de rochas de alto grau da região de Casimiro de Abreu, Rio de Janeiro, Brasil
Autor
Simon, Maurício Bulhões
Institución
Resumen
Este trabalho consiste na discussão da evolução geológica de uma região inserida no setor central do Cinturão Ribeira, importante elemento tectônico associado à formação do supercontinente Gondwana. Esta registra rochas e estruturas relacionadas à última orogenia ocorrida neste cinturão, na porção onde tradicionalmente se considera que as rochas do embasamento e supracrustais do Domínio Tectônico do Cabo Frio são empurradas sobre as rochas supracrustais do Terreno Oriental. A área mapeada corresponde às porções centro-norte de Casimiro de Abreu e pequenas áreas a sul de Macaé e oeste de Rio das Ostras, sul
do estado do Rio de Janeiro, sendo cortada no sentido E-W pela BR-101, principal acesso à área. A partir de levantamento bibliográfico e estudo prévio das imagens aéreas, realizou-se mapeamento de semi-detalhe, associado à análise petrográfica e dos dados estruturais coletados. Os paragnaisses e ortognaisses da região foram caracterizados petrológica e estruturalmente. Sete unidades de mapeamento foram individualizadas, sendo, da mais velha para a mais nova: três de ortognaisses (biotita-anfibólio-gnaisse, gnaisse
monzogranítico e gnaisse hololeucocrático ), correlacionados ao paleoproterozoico Complexo Região do Lagos, e interpretados como embasamento cristalino das rochas da unidade paraderivada (sillimanita-(granada)-biotita-gnaisse com intercalações de rochas calcissilicáticas e quartzitos), originária de uma bacia de origem marinha rasa, plataforma ou de back-arc, provavelmente neoproterozoica. Há também diques de diabásio, diques de rochas alcalinas e sedimentos recentes. A inversão da estratigrafia representada pelos
ortognaisses sobre os paragnaisses é interpretada como um empurrão. Foram identificadas três fases de deformação, associadas a um metamorfismo de alto grau, corroborado pelas assembleias mineralógicas, ocorrência de migmatitos e diversas níveis de fusões metamórficas. As fases D 1 e D2 são correlatas às fases D 1 e D2 propostas por Schmitt et ai. (2004) no contexto da Orogenia Búzios, com foliações e lineações minerais de médio ângulo associadas a um empurrão de trend NW-SE. As dobras geradas em D3 devem estar
relacionadas a uma fase de deformação tardia a posterior à instalação do empurrão, provavelmente gerando a curvatura dos contatos entre paragnaisses e ortognaisses.