Trabalho de conclusão de graduação
Trabalho offshore no contexto da pandemia de COVID-19: um mergulho na percepção de profissionais do setor petrolífero
Registro en:
SOUZA, Carina Holanda de. Trabalho offshore no contexto da pandemia de COVID-19: um mergulho na percepção de profissionais do setor petrolífero. 2022. 43 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Administração) - Faculdade de Administração e Ciências Contábeis, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022.
Autor
Sousa, Carina Holanda de
Institución
Resumen
Este estudo analisa as dificuldades e desafios do trabalho em regime offshore, designação dada às atividades em alto mar ou afastado da costa (em navios ou plataformas) que atende à indústria de petróleo (LEITE, 2009), inclusive em meio à pandemia de Covid-19 no ano de 2020. Buscou-se descrever a percepção dos profissionais offshore, as dificuldades e desafios enfrentados no cotidiano do trabalho, evidenciando as mudanças ocasionadas pela pandemia de Covid-19 e estratégias para o enfrentamento. Acrescenta-se a atenção dada à questão de gênero no trabalho offshore especialmente na pandemia. Para isso, foi realizada
previamente uma revisão bibliográfica e adotado o método qualitativo em uma pesquisa empírica, com emprego de entrevistas com roteiro semiestruturado, como técnica e instrumento de coleta de dados. Foram entrevistados oito trabalhadores(as) offshore, funcionários(as) de uma empresa que atende à indústria petrolífera. Utilizou-se a técnica de análise de conteúdo a partir da criação de categorias a posteriori, compreendidas nos grupos “a experiência do trabalho offshore”, “diversidade de gênero no trabalho offshore” e “impactos relacionados à pandemia”. Os resultados mostraram que presença de risco; complexidade; caráter contínuo dos processos (COSTA et al., 2015), além do regime de embarque, confinamento, trabalho em
turnos e presença majoritária de trabalhadores do sexo masculino são traços marcantes dessa categoria. Ainda há uma grande disparidade em relação ao gênero dos ocupantes de funções a bordo, porém o aumento da participação feminina é uma realidade. Em relação à pandemia, as maiores dificuldades relatadas foram a quarentena pré-embarque (domiciliar e em hotel), o período de embarque com o dobro do tempo (de 14 para 28 dias) e o monitoramento de sintomas inclusive com pelo menos três testes PCR. Com estes achados, a pesquisa contribui para o aumento do conhecimento acerca do trabalho offshore e seu ambiente organizacional, uma vez que retrata suas dinâmicas e relações além de destacar a vivência desses homens e mulheres durante a pandemia de Covid-19, perspectiva ainda pouco abordada nos estudos sobre o tema.