Trabalho de conclusão de graduação
Mortalidade materna após o nascimento de um filho vivo e sua associação com a escolaridade e a idade da mãe
Registro en:
COELHO, Marina dos Santos. Mortalidade materna após o nascimento de um filho vivo e
sua associação com a escolaridade e a idade da mãe. 2018. 40 f. Monografia (Graduação em Saúde
Coletiva) – Instituto de Estudos em Saúde Coletiva, Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro, 2018.
Autor
Coelho, Marina dos Santos
Institución
Resumen
A mortalidade materna está associada às situações que envolvem complicações na gravidez, no
parto e puerpério e que ocasionam a morte da mulher dentro de um período de 42 dias após o
término da gestação. Esse estudo teve como um dos objetivos descrever a mortalidade
materna, assim como a sua associação com um indicador de desigualdade baseado na
escolaridade e idade materna, em uma coorte de mulheres que tiveram um filho nascido vivo
na cidade do Rio de Janeiro entre os anos de 2007 e 2008. Trata-se de um estudo não
concorrente que por meio de linkage probabilístico de registros do Sistema de Informação
sobre Nascidos Vivos (SINASC) e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) foi
possível identificar os óbitos maternos por causas obstétricas diretas e indiretas que ocorreram
até 42 dias após o parto. Para esse estudo, foram empregados os seguintes critérios de inclusão:
Residência da mãe na cidade do Rio de Janeiro, idade entre 15 e 49 anos, nascimento não
gemelar. Foram excluídos nascimentos subsequentes de uma mesma mãe durante o período de
interesse (2007 e 2008) e registros com dados não informados sobre escolaridade materna. A
mortalidade foi estimada para o conjunto da população de estudo, e segundo um indicador de
desigualdade com seis níveis baseado na combinação da informação sobre idade (15 a 19, 20 a
34, 35 anos e mais) e escolaridade maternas (< 4 , ≥ 4 anos). A associação entre o indicador de
desigualdade e a mortalidade materna foi avaliada por meio de odds ratios e respectivos
intervalos de confiança de 95% (OR; IC 95%), estimados por meio de um modelo de regressão
logística. As mulheres com 15 a 19 anos e com 35 a 49 anos representaram, respectivamente,
16.3% e 13.4% da população estudada. No conjunto da população, 3.6% das mães tinham
menos de 4 anos de escolaridade, sendo essa proporção maior no grupo com 35 a 49 anos
(5,1%). Foram identificados 35 óbitos maternos, sendo a maioria devido a causas obstétricas
diretas (22; 62,9%). A razão de mortalidade materna global foi de 20,9/100.000 nascidos vivos
(IC 95% 14,5; 29,4). Empregando-se a categoria de mulheres com 20 a 34 anos e mais de 4
anos de escolaridade como referência, observa-se uma chance maior de mortalidade materna
para as mulheres com 35 a 49 anos e mais de 4 anos de escolaridade (OR 4,2, IC 95% 1,91 a
9,25), as adolescentes com menos de 4 anos de escolaridade (OR 10,78; IC 95% 1,42 a 82,11)
e as mulheres com 35 a 49 anos e menos de 4 anos de escolaridade (OR 14,23, IC 95% 3,23 a
62,67). Concluindo, as mulheres com 35 ou mais anos e monos de 4 anos de escolaridade
apresentaram maior chance de mortalidade materna, assim como as adolescentes de 15 a 19
anos de idade e com menos de 4 anos de escolaridade. Sendo assim, idade e escolaridade
materna podem ser usadas para identificar grupos populacionais que demandariam
intervenções públicas direcionadas.