Trabalho de conclusão de graduação
Caracterização epidemiológica da COVID-19 em um território do município do Rio de Janeiro: uma análise descritiva da morbi-mortalidade associada às desigualdades socioespaciais
Registro en:
PUNGARTNIK, Paula Cristina. Caracterização epidemiológica da COVID-19 em um
território do município do Rio de Janeiro: uma análise descritiva da morbi-mortalidade
associada às desigualdades socioespaciais. 2022. 111 f. Monografia (Graduação em Saúde Coletiva) –
Instituto de Estudos em Saúde Coletiva, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, 2022.
Autor
Pungartnik, Paula Cristina
Institución
Resumen
A pandemia da COVID-19 foi declarada em 11 de março de 2020, e se apresenta, até o
momento, como o maior desafio sanitário deste século. As consequências tendem a se agravar
em situações geográficas marcadas por desigualdades. O município do Rio de Janeiro (MRJ)
apresenta desafios por ser marcado por uma dinâmica econômica e social de alta
conectividade com outros centros urbanos, e grande desigualdade social, econômica e
demográfica, além de ter uma das maiores concentrações de aglomerados subnormais do país.
O presente trabalho teve como objetivo analisar o perfil epidemiológico e o padrão espacial
de distribuição dos casos e óbitos confirmados de COVID-19 e sua relação com indicadores
sociodemográficos e de saúde na Área Programática 3.1 do Município do Rio de Janeiro.
Trata-se de um estudo ecológico de múltiplos grupos, dos casos e óbitos de COVID-19 na AP
3.1 do MRJ e respectivas Regiões Administrativas (RA), associando-os aos indicadores
sociodemográficos e em saúde do território. Os casos e óbitos foram analisados segundo sexo,
faixa etária e raça/cor, e o Índice de Progresso Social (IPS) 2018, foi selecionado para análise
da situação sociodemográfica e de saúde do território. As RAs que apresentaram os piores
resultados de IPS foram as que apresentam as maiores TMP de COVID-19. As RAs que
apresentam as maiores TIP e TMP foram Ramos (TIP: 3.840,6/100mil hab. e TMP:
346,0/100mil hab.) e Maré (TIP: 3.121,0/100mil hab. e TMP: 399,0/100mil hab.), sendo esses
territórios os que apresentaram um dos menores IPS. O Complexo do Alemão chama atenção
por apresentar as menores TIP e TMP, mesmo apresentando o pior IPS (47,1). Os Casos da
COVID-19 demonstraram ser superiores para o sexo feminino, em jovens adultos e para a
raça/cor preta/parda. Já os óbitos foram superiores no sexo masculino, em faixas etárias mais
idosas, para raça/cor preta/parda. Este estudo mostrou a relação sindêmica entre as condições
sociais e em saúde de populações residentes em territórios historicamente caracterizados por
processos de segregação social e espacial e o risco e consequências adversas da infecção da
COVID-19. Compreender a dinâmica socioespacial de epidemias como a COVID-19 em
territórios é fundamental para subsidiar o planejamento de ações de controle e prevenção,
consonantes com o perfil sindêmico das populações e suas necessidades em saúde.