Trabalho de conclusão de graduação
Realizações morfossintáticas do perfect associado ao passado no português do Brasil
Autor
Sant'Anna, Amanda Alevato de
Institución
Resumen
O objetivo deste trabalho é o de investigar as realizações linguísticas do aspecto perfect associado ao passado no português do Brasil (PB). Para tanto, formularam-se as seguintes hipóteses: (i) o perfect universal (PU) associado ao tempo passado no PB é realizado morfologicamente apenas por meio do verbo principal conjugado no pretérito imperfeito; (ii) o perfect resultativo (PRes) associado ao passado no PB é realizado morfologicamente apenas pelo pretérito mais-que-perfeito composto com auxiliar “ter”; e (iii) o perfect experiencial (PEx) associado ao passado no PB é realizado morfologicamente apenas pelo pretérito mais- que-perfeito composto com auxiliar “ter”. Para a investigação, foram analisadas cinco horas de fala espontânea de um corpus em desenvolvimento e foram desenvolvidos e aplicados dois testes linguísticos. Considerando-se os dados obtidos na fala espontânea e nos testes linguísticos, na realização de PU, as morfologias identificadas foram pretérito imperfeito e “estar” no pretérito imperfeito + gerúndio, enquanto, na realização de PRes, as morfologias de pretérito mais-que-perfeito composto (com auxiliares “ter” e “haver”), pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito simples e “acabar” no pretérito mais-que-perfeito composto com auxiliar “ter” + preposição “de” + infinitivo, e, na realização de PEx, as morfologias de pretérito mais-que-perfeito composto (com auxiliares “ter” e “haver”), pretérito perfeito e pretérito mais-que-perfeito simples. Discutiu-se que os dados deste trabalho, por apontarem diferentes realizações morfossintáticas entre os três tipos de perfect, fornecem evidências para a proposta de Rodrigues e Martins (2019) de existência de três sintagmas de perfect na representação sintática da sentença: um para o PU, um para o PRes e um para o PEx.