O Depósito aurífero São Sebastião está localizado no Greenstone Belt Pitangui, a noroeste do Quadrilátero Ferrífero, sul do Cráton São Francisco, Minas Gerais. Este cinturão compreende três unidades: uma unidade inferior, formada por rochas metavulcânicas ultramáficas e máficas, intercaladas com intervalos metassedimentares de formações ferríferas bandadas (BIFs), metarenitos turbidíticos e metapelitos; intermediária, composta por rochas metassedimentares areníticas e pelíticas, intercaladas com rochas metavulcânicas intermediárias e BIFs; e superior, composta de quartzitos e metaconglomerados polimíticos. O metamorfismo atingiu fácies xisto verde superior a anfibolito. A região do Depósito São Sebastião corresponde a unidade inferior do Greenstone Belt Pitangui e sua estratigrafia está dividida em 5 intervalos. Os intervalos I, III e V são compostos predominantemente por rochas metavulcânicas máficas e ultramáficas, e os intervalos II e IV por rochas metassedimentares (metarenitos, BIFs, metapelitos carbonosos e metacherts). As rochas metassedimentares do Depósito São Sebastião foram identificadas como quartzarenitos, areias ferruginosas e uma amostra de subarcóseo. A composição dos elementos maiores desses metarenitos é homogênea e consistente com a composição média da Crosta Continental Superior e dos folhelhos pós-arqueanos da Austrália . Análises geoquímicas e interpretações de diagramas de classificação destas rochas indicam que sofreram baixo intemperismo na fonte e imaturidade composicional, portanto, ambiente de deposição proximal. Estas análises também sugerem uma origem bimodal pra o grupo de amostras, com predominância de fonte félsica para as amostras de quartzarenitos, e máfica para as amostras de areias ferruginosas e subarcóseo. As características geoquímicas das rochas metassedimentares do Depósito São Sebastião também apontam origem tectônica relacionada a ambiente de margem continental ativa para amostras de quartzarenitos e de arcos de ilha oceânico para areias ferruginosas e subarcóseo. Isso pode ser explicado por uma transição dos tipos litológicos dos metassedimentos correspondentes a uma mudança na natureza do vulcanismo e configuração tectônica. Portanto, corroboram com a proposta de que o Greenstone Belt Pitangui se desenvolveu em um regime tectônico de back-arc convergindo para um ambiente de subducção de arco de ilha. Os dados litoestratigráficos e geoquímicos do Depósito São Sebastião e do setor sudoeste do Greenstone Belt Pitangui foram comparados e somente as amostras de arreias ferruginosas possuem semelhança.