O primeiro contato com a obra do dramaturgo Nelson Rodrigues, aconteceu ainda no último ano do Ensino Médio, antes de pensar em prestar vestibular para o curso de direção teatral da UFRJ. A primeira peça lida foi Vestido de Noiva, reconhecida como o grande marco do início do modernismo no teatro brasileiro, cuja montagem dirigida por Ziembinski foi levada a cena no Teatro Municipal do Rio de Janeiro em 28 de dezembro de 1943. Após a leitura das outras dezesseis peças de Nelson, e destes cinco anos de curso, onde pude realizar leituras dramáticas a atuar em cenas retiradas de suas peças, como Toda nudez será castigada e Os sete gatinhos. Com a proximidade da formatura, duas peças me chamavam atenção e o desejo de montar Nelson em minha PET crescia, as peças eram A Mulher sem Pecado e A Serpente respetivamente a primeira e a última obras dramáticas, escritas em 1941 e 1978. A decisão veio então, minha formatura seria com a montagem da peça A Serpente, tudo estava certo e o projeto foi adaptado, pois já estava sendo escrito com a fusão de A Mulher sem pecado com A Serpente, assim, ainda durante o processo criativo da minha direção anterior, que foi As Criadas de Jean Genet, pude me confrontar com estas duas linhas de criação, completamente distintas.