Trabalho de conclusão de graduação
Os impactos das mudanças climáticas na saúde brasileira: uma análise econométrica para o período 2007-2017
Registro en:
GONÇALVES, Rodrigo Fernandes. Os impactos das mudanças climáticas na saúde brasileira: uma análise econométrica para o período 2007-2017. 2020. 57 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciências Econômicas) - Instituto de Economia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020.
Autor
Gonçalves, Rodrigo Fernandes
Institución
Resumen
A relação entre mudanças climáticas e saúde é amplamente estudada nas áreas
biológicas e de saúde. Este trabalho procura uma das dimensões dessa relação, que é o aumento
de internações em função de mudanças nos padrões de temperatura e precipitação, para o caso
brasileiro, utilizando métodos e conhecimentos econômicos, uma vez que o aquecimento global
pode trazer danos irreparáveis à saúde da população. Utilizando regressões econométricas, com
modelo de efeitos fixos (análise de dados em painel) para o período entre 2007 e 2017, buscouse analisar quantitativamente a relação entre variação de precipitação e temperatura no Brasil e
internações de doenças selecionadas de acordo com uma revisão da literatura.
Os resultados encontrados mostram a complexidade dessas relações, e que os impactos
podem se diferenciar bastante em função da natureza do problema de saúde humana. Não
obstante, de forma geral, choques de calor parecem elevar internações por dengue e malária.
Ainda, o estudo identificou que um desvio acima da média eleva as internações por cem mil
habitantes para diabetes, onde os mais afetados aparentemente são os idosos. Por outro lado,
ondas de frio elevam internações por doenças circulatórias e respiratórias, quase que de forma
uniforme pelos grupos de idade. Pudemos observar, ainda, uma relação não linear entre
temperatura e doenças respiratórias, ou seja, temperaturas acima e abaixo da média elevam as
internações desse tipo.
Já para chuva, notou-se que choques de elevação de precipitação elevam casos de
dengue por cem mil habitantes e, no outro extremo, secas parecem aumentar o número de
internação por doenças respiratórias uma vez que a queda de precipitação eleva esse tipo de
internação, onde crianças pequenas e pessoas mais velhas são afetadas de forma mais
impactante.
De forma geral, o estudo corrobora com a literatura entre choques climáticos e doenças.
Podemos observar, portanto, que as mudanças ambientais correntes e, consequentemente,
modificações nos padrões de choques, potencialmente impactarão a saúde do brasileiro. É claro,
então, a importância de um maior aprofundamento na temática se pretendemos evitar
internações e óbitos, principalmente dos mais vulneráveis como os de grupos de risco e os mais
pobres.