Trabalho de conclusão de graduação
Aspectos geológicos-geomorfológicos das vertentes oceânica e interiorana da Serra dos Órgãos (RJ)
Autor
Cruz, Carolina Barbosa Leite da
Institución
Resumen
A dinâmica geológico-geomorfológica da porção leste do território brasileiro, a
partir do Eocretáceo e durante o Paleógeno, levou à formação de uma série de
escarpamentos que compõem o conjunto formado pelas serras do Mar, Mantiqueira e
Espinhaço (chamado de “Grande Escarpamento do Brasil Oriental”), que separam áreas
relativamente mais suavizadas em direção ao interior. Como discutido na literatura, este
aspecto morfológico contrastante foi e é comandado pela existência de diferentes níveis
de base para os distintos lados da elevação que, em associação a uma rede de drenagem bem hierarquizada, são responsáveis por taxas denudacionais diferenciadas. Dentro deste contexto, o presente trabalho tem como objetivo analisar aspectos
geomorfológicos das bordas escarpadas da Serra dos Órgãos, que constitui uma parte da Serra do Mar no estado do Rio de Janeiro, com uma borda voltada para o oceano, com rede de drenagem direcionada para Baía da Guanabara, e outra voltada para o interior, em direção ao rio Paraíba do Sul. A área de investigação corresponde àquela coberta pelas cartas topográficas de Itaipava, Miguel Pereira, Cava e Petrópolis (1:50.000 – IBGE) e as atividades de pesquisa realizadas constaram da: a) revisão bibliográfica dos temas abordados; b) organização do banco de dados, compreendendo o tratamento dos MDEs e shapefiles dos mapas geomorfológico e geológico-estrutural, sendo esses necessários para a execução das próximas etapas no software ArcGis 10.3; c) confecção de perfis de relevo em varredura de forma automatizada e de perfis topográficos e perfis longitudinais aos canais fluviais, que buscaram detectar relações intra e intercompartimentos geológico-geomorfológicos e, assim, subsidiar o entendimento da estruturação geomorfológica; d) reconhecimento e espacialização de knickpoints (níveis de base locais); e e) pareamento de informações geológicas aos perfis de relevo e longitudinais aos canais fluviais, para a análise de controles tectônicos e/ou litológicos e a interpretação de knickpoints. Os dados reunidos permitiram identificar uma dinâmica distinta entre a vertente serrana oceânica e a voltada para o interior. A vertente interiorana aparentemente está sendo bem mais dissecada na atualidade em comparação com a vertente oceânica; esta se encontra em condição de melhor equilíbrio entre taxas de erosão/denudação do relevo, registradas, principalmente, pela conformação dos perfis longitudinais dos rios. Além disso, observou-se que existem controles tectônicos e/ou litológicos associados às distintas taxas de erosão/denudação na área serrana em estudo.