Trabalho de conclusão de graduação
Análise da evolução da saúde perinatal, a partir da informação sobre a distribuição do peso ao nascer no município do Rio de Janeiro, 2000- 2010
Registro en:
NASCIMENTO, Gisele Oliveira. Análise da evolução da saúde perinatal, a partir da
informação sobre a distribuição do peso ao nascer no município do Rio de Janeiro, 2000-
2010. 2013. 36 f. Monografia (Graduação em Saúde Coletiva) – Instituto de Estudos em Saúde Coletiva,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.
Autor
Nascimento, Gisele Oliveira
Institución
Resumen
O peso ao nascer é um importante preditor da mortalidade e morbidade infantis, sendo foco de
muitas investigações epidemiológicas. A proporção de baixo peso ao nascer é considerada um
excelente indicador socioeconômico exercendo influência no estado de saúde e sobrevivência
da criança, principalmente no primeiro ano de vida. Há dois fatores principais que levam ao
baixo peso ao nascer, a prematuridade – idade gestacional <37 semanas; e o crescimento
intrauterino restrito ou desnutrição fetal. O objetivo deste estudo foi avaliar a saúde perinatal a
partir da informação sobre o peso ao nascer em coortes de nascimento do município do Rio de
Janeiro de 2000 a 2010. Foi realizado um estudo observacional descritivo das coortes anuais de
nascidos vivos. Os dados deste estudo foram obtidos do Sistema de Informações sobre
Nascidos Vivos da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro. Foram excluídos nascidos
vivos com informação desconhecida sobre tipo de gravidez e peso ao nascer, gemelares e peso
ao nascer discrepante (<227g ou >8.615g). Foram descritas as curvas anuais de distribuição e
as estatísticas sumárias do peso ao nascer e calculadas anualmente as proporções de gravidez
múltipla, baixo peso ao nascer (<2.500g), muito (<1.500g) e extremo (<1.000g) baixo peso ao
nascer e razões de óbitos fetais por mil nascidos vivos. Utilizou-se a modelagem estatística de
Wilcox e Russel (1983) para estimar a proporção de recém-nascidos de maior risco
(componente residual) e a média e desvio-padrão do peso ao nascer (componente
predominante). O número de recém-nascidos não gemelares diminuiu durante os onze anos
observados, o mesmo ocorrendo com a frequência de informações em branco/ignorado.
Observa-se uma maior frequência de nascidos vivos no ano de 2000 e uma menor frequência
no ano de 2008, com uma tendência geral de diminuição no período analisado. O peso médio
foi inferior ao peso mediano em todos os anos observados sugerindo uma discreta assimetria à
esquerda na curva de distribuição do peso ao nascer. A proporção anual do muito baixo peso ao
nascer apresentou uma tendência crescente (13,6%) com variações ao longo dos anos. A
distribuição predominante apresentou pequena variabilidade das médias. A proporção de
recém-nascidos pertencentes à distribuição residual, correspondente em sua maioria aos recémnascidos pré-termos e pequenos, apresentou valores próximos a 3%. Observou-se uma
melhoria da qualidade do preenchimento das informações da Declaração de Nascidos Vivos
em relação aos campos tipo de gravidez e peso ao nascer. Observamos que o aumento dos
nascidos vivos com menos de 1.000 gramas apresentou uma tendência contrária à das
categorias de peso ao nascer de 1.000 a 1.499 gramas e 1.500 a 2.499 gramas nas quais ocorreu
uma redução discreta dos valores. De 2000 a 2010, no município do Rio de Janeiro, a saúde
perinatal, segundo o indicador proporção de recém-nascidos pertencentes à distribuição
residual do peso ao nascer, manteve-se inalterada, isto é, continuam nascendo
proporcionalmente o mesmo número de crianças com alto risco de morbi-mortalidade embora
mais crianças sobrevivam ao período neonatal.