Trabalho de conclusão de graduação
Uso de modelo virtual de afloramento como uma ferramenta de interpretação geológica – Um estudo de caso na Bacia de Volta Redonda (RJ)
Autor
Santana, Raphael Camêlo
Institución
Resumen
A expansão e a difusão das tecnologias de análise digital de superfície ampliaram as possibilidades de investigação de dados de campo, otimizando a descrição de afloramentos e as atividades de mapeamento. Sem substituir a realização de trabalhos de campo, tais técnicas surgem como opção para contornar eventuais limitações relacionadas, por exemplo, a questões climáticas, distância, recursos financeiros, disponibilidade de tempo, de pessoal e de transporte. Nesse contexto, são aqui apresentados os resultados obtidos com a utilização de um Modelo Virtual de Afloramento (MVA) para a interpretação estratigráfica e estrutural de um afloramento de depósitos paleogênicos na borda sul do Gráben de Casa de Pedra (Bacia de Volta Redonda, RJ). O estudo está inserido em um projeto de pesquisa, um convênio UFRJ/Petrobras/ANP, que trata tais depósitos como análogos a reservatórios areníticos presentes nas bacias marginais do Sudeste do Brasi. O desenvolvimento do trabalho envolveu as seguintes etapas: (i) interpretação estratigráfica e estrutural de um ortofotomosaico obtido com uso de RPAS (Remotely Piloted Aircraft System – “Drone”); (ii) interpretação estratigráfica e estrutural tridimensional do MVA; (iii) construção de um modelo geológico tridimensional do afloramento investigado. Durante essas etapas, foram realizadas atividades de campo para o controle das interpretações litológicas e estruturais efetuadas. As interpretações 2D e 3D tiveram como base de comparação uma seção geológica elaborada pela equipe do projeto de pesquisa (na escala 1:50), e outra seção confeccionada em trabalho anterior (na escala 1:100). Os resultados demonstram que a interpretação 2D foi facilitada pela resolução espacial do ortofotomosaico, exibindo, porém, limitações claras quanto à delimitação dos corpos rochosos em virtude da projeção 2D da superfície do afloramento, que é irregular, com variada angulação. O plano estático de observação do afloramento no ortofotomosaico
também dificultou a definição da continuidade de falhas ao longo de todo o
afloramento. Por outro lado, na interpretação 3D, a delimitação dos corpos rochosos
e a interpretação das estruturas tectônicas se mostraram mais claros, apenas com
limitação relacionada à perda de resolução em comparação com o ortofotomosaico. Algumas falhas secundárias presentes nas seções de referência, e observadas em campo, principalmente no bloco central do afloramento não puderem ser fotointerpretadas em 2D ou 3D, pois se encontravam envoltas por grande quantidade de cicatrizes no terreno, deixando ambíguas suas possíveis fotointepretações. O modelo geológico tridimensional criado representa uma aferição simplificada, porém satisfatória, da realidade do afloramento estudado, diante de sua complexidade, sendo necessária a inserção de informações de subsuperfície para o seu maior refinamento.