Trabalho de conclusão de graduação
Presas e loucas: o processo de vinculação da mulher à loucura e a psiquiatrização das encarceradas nas cadeias femininas
Registro en:
MENDONÇA, Maria Clara da Silva Felipe. Presas e loucas: o processo de vinculação da mulher à loucura e a psiquiatrização das encarceradas nas cadeias femininas. 2018. 66 f. TCC (Graduação) - Curso de Direito, Faculdade Nacional de Direito, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018.
Autor
Mendonça, Maria Clara da Silva Felipe
Institución
Resumen
A afirmação de que toda mulher é louca em algum nível é resultado de um processo gradativo
e cruel de vinculação da mulher à loucura. Baseando-se nas teorias demonológicas e
criminológicas, e apoiando-se na aproximação dos discursos médico-legais, a figura da
mulher naturalizou-se como também uma figura da loucura. Vivendo em uma sociedade
machista e patriarcal, a necessidade de controlar a população feminina encontrou no controle
terapêutico, e, consequentemente na psiquiatrização, um caminho que permitiu neutralizar a
mulher, deixando-a em segundo plano, sempre submissa ao homem. Esse fenômeno
atravessou os muros dos presídios, e as cadeias encontraram no controle terapêutico uma
forma de controlar as mulheres encarceradas, mantendo-as mais calmas dia após dia. Essa
prática, apesar de comum, é pouco discutida nos ambientes acadêmicos. Nesse sentido,
durante todo o trabalho, busca-se criticar a naturalização da mulher como louca e, para além
disso, do uso da medicina como forma de punição e controle das mulheres presas.