Trabalho de conclusão de graduação
Análise Petrográfica do embasamento da Bacia de Sousa no Estado da Paraíba
Autor
Costa, Thiago
Institución
Resumen
A Bacia de Sousa é uma das componentes das bacias do Rio do Peixe,
no Estado da Paraíba. Rochas dessa bacia guardam pegadas de dinossauro
como importante registro fossilífero. Merece também destaque a exsudação
de óleo, recentemente descoberta, que motivou a obtenção de testemunho de
sondagem que exibe tanto litotipos da bacia quanto o ortognaisse do seu
embasamento. Um sistema de fraturas nesse gnaisse propiciou escape do
óleo gerado.
Estudo macroscópico mostra que o ortognaisse possui pequenas
variações texturais e composicionais ao longo do testemunho, mas predomina
uma estrutura gnáissica impressa pela orientação de filosilicatos e cristais
félsicos subedrais a anedrais; localmente são observados cristais de feldspato
com cerca de 1 cm de comprimento. Variações composicionais são
associadas sobretudo a concentrações de minerais metamórficos como
epidoto e clorita. As fraturas acima referidas estão preenchidas por
epidoto/clinozoisita, clorita e quartzo.
Ao microscópio pode ser identificada uma associação primária
representada por plagioclásio, quartzo, biotita, minerais opacos e allanita
(mais anfibólio reliquiar e microclina pontual), conferindo composição tonalítica
à rocha, e uma paragênese metamórfica de provável fácies xisto verde (clorita,
biotita, epidoto, clinozoisita, opacos, titanita e sericita). O ortognaisse teve
granulometria e textura bastante modificadas por fenômenos de deformação e
metamorfismo; evidências de textura primária são escassas, podendo ser
exemplificada por alguns cristais subedrais de plagioclásio e raros grãos de
quartzo intersticiais. Sua textura é granoblástica a lepidoblástica, com foliação
descontínua dada por orientação de lamelas de biotita e clorita. Cristais de feldspato e quartzo registram microestruturas decorrentes
da deformação sofrida pela rocha. É digno de nota a presença de
considerável volume de cristais de epidoto e clorita crescendo sobre
minerais primários, sendo que o último mineral faz pseudomorfismo sobre
anfibólio, observando-se assim na clorita as clivagens do mineral substituído.