Trabalho de conclusão de graduação
Mapeamento geológico na região à oeste da Serra das Bicas, cidade de Carrancas, estado de Minas Gerais.
Autor
Azevedo, Thales Thiago Chagas Santos
Institución
Resumen
A evolução geológica da região de Carrancas envolve rochas do embasamento
Arqueano - Paleoproterozóico e unidades metassedimentares neoproterozóicas da bacia
Andrelândia. Para melhor compreensão dessa evolução geológica procurou-se a
individualização geológica e a caracterização petrográfica dos corpos gnáissicos e de diversos
corpos descontínuos de rochas metaultramáficas e anfibolíticas, que afloram na região a oeste
da serra das Bicas, sul da cidade de Carrancas, estado de Minas Gerais.
Neste contexto foi realizado o mapeamento geológico na escala de 1:12.500 de uma
área de aproximadamente 60km2, além da caracterização mineralógica e petrográfica de
rochas gnáissicas, metaultramáficas e anfibolíticas de vários pontos da área estudada,
objetivando apontar as principais macroestruturas e microestruturas primárias, metamórficas e
deformacionais, bem como as paragêneses metamórficas presentes nessas rochas. Ao fim
buscou-se correlacionar os pulsos metamórficos regionais com aqueles caracterizados nos
gnaisses, rochas metaultramáficas e anfibolíticas visando à inserção ou não dos mesmos na
evolução Neoproterozóica da bacia Andrelândia.
A área mapeada encontra-se inserida na klippe Carrancas, que é constituída pela
megasequência Andrelândia que é dividida em duas sequências, denominada respectivamente
da base para o topo de Carrancas e Serra do Turvo. A sequência Carrancas inclui quatro
unidades metassedimentares neoproterozóicas, sendo estas da base para o topo representadas
por: gnaisses com intercalações de anfibolitos e rochas metaultramáficas; quartzitos com
muscovita esverdeada; cloritóide filitos que gradam para estaurolita xistos, ambos com
intercalações de quartzitos e filitos grafitosos; e a última unidade corresponde a um biotita
xisto.
A Klippe Carrancas é uma estrutura regional formada durante a orogênese Brasiliana e
nela podem ser reconhecidas três fases de deformação (D1, D2 e D3). A fase D1 gerou
empurrões para sudeste, lineação de estiramento com caimento médio de 25 graus para
sudeste e dobras apertadas com planos axiais de baixo mergulho para sudeste e eixo curvo. A
fase D2 gerou dobras assimétricas fechadas até apertadas com vergência para noroeste, planos
axiais com mergulho médio de 45 graus para sudoeste-sudeste e eixos de baixo caimento para sudoeste-sudeste. A fase D3 formou dobras abertas com planos axiais íngremes de traço
norte-sul e eixos suaves para sul ou norte.
As unidades gnássicas encontradas à oeste da serra das Bicas ao sul da cidade de
Carrancas, apresentam características mineralógicas e texturais como granulação fina,
bandamento caracterizado pela alternância de níveis quartzo feldspáticos e biotíticos,
apresentam níveis com cristais de feldspato que podem ser porfiroblastos ou cristais
reliquiares do protólito, índices de cor hololeucráticos a leucocrático, pegmatitos associados,
bem como rochas metaultramáficas.
As rochas metaultramáficas que ocorrem associadas com os gnaisses são representadas
por serpentinitos, talcositos, talco xistos, clorititos, anfibolititos, clorita xisto e tremolita xisto.
Os serpentinitos apresentam variações texturais, representado por rochas maciças com
nódulos carbonáticos e rochas bandadas com níveis de serpentina, tremolita e talco. Os
talcositos são representados por variedades maciças com pirita limonitizada, maciças com
nódulos de talco, maciços com níveis ricos em magnetita e variedades foliadas.
As rochas metamáficas que ocorrem associadas aos gnaisses são representadas por
anfibolitos compostos essencialmente de hornblenda e plagioclásio, os quais variam
texturalmente entre maciços e foliados.
As rochas gnáissicas e metaultramáficas apresentam as fases de deformação D1, D2 e
D3 descritas nas rochas metassedimentares da klippe Carrancas, corroborando a hipótese das
mesmas estarem ligadas a evolução geológica da bacia Andrelândia.