Tese
Sujeito e psicose
Autor
Pequeno, Angela de Andrade
Institución
Resumen
This thesis links psychoanalytical theory and clinical practice, which I understand as being the only way to develop knowledge in psychoanalysis. In this thesis I investigate the psychoanalytical concept of "subject", taking psychosis as a fruitful basis. The onset of a psychosis causes the breakdown of the structure by means of which the subject supported himself previously. Starting from this breakdown, however, a process of restoration is set in motion. In my work I seek to analyse the constitution, the disruption, and the reconstruction of the subject in psychosis. At the beginning, I report two analyses of psychotics, both attended at the Institute of Psychiatry ofthe Federal University of Rio de Janeiro. The first of these subjects stayed in hospital for fifteen months, during which I could witness a process of dissolution. The second is an outpatient and seems to be on the way to stabilisation. On the basis of these two cases, I develop a theoretical approach in which I use: Freud's first topographical theory; the first period of Lacan's teaching, with an emphasis on the elementary cell of the Graph of the Wish and on the Schemes L, R, and I; and Lacan's theory of knots. Within this argument, the clinical cases are reintroduced and involved to the theory. Clinical practice always carries with it the dimension of the real, which is the core of the subject. This is the link I discuss in my thesis. CAPES Esta tese consiste em uma articulação entre a teoria psicanalítica e sua clínica, que entendo como a única via que permite fazer avançar o conhecimento em psicanálise. Nela trabalho a psicose como um campo privilegiado para se pensar as questões do sujeito tal como a psicanálise o concebe. O desencadeamento da psicose provoca a dissolução da estrutura pela qual o sujeito se sustentava no período anterior ao surto. No entanto, a partir dessa dissolução um processo que visa à restauração da estrutura põe-se em movimento. Em meu trabalho, procuro investigar a constituição, a desconstrução e a reconstrução do sujeito na psicose. Apresento inicialmente o relato de duas análises de psicóticos, ambos atendidos no Instituto de Psiquiatria da UFRJ. O primeiro desses sujeitos permaneceu internado durante quinze meses, no decorrer dos quais pude ser testemunha de um processo de derrocada subjetiva. O segundo continua em atendimento ambulatorial e parece estar construindo uma via para a estabilização. A seguir, empreendo um percurso teórico, no qual abordo o aparelho psíquico da primeira tópica desenvolvida por Freud; a primeira etapa do ensino de Lacan, com ênfase na célula elementar do Grafo do Desejo e nos Esquemas L, R e I; e seu ponto conclusivo: a teoria dos nós. No decorrer desse percurso, os casos clínicos são retomados e tecidos à teoria. A clínica é necessariamente portadora do real; e a clínica com psicóticos traz essa marca a céu aberto. A especificidade da psicanálise reside em acolher o real, o que exige permanentemente novas articulações. Acolher o real: isso equivale a incluir o sujeito.