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Preocupações das travestis e mulheres transexuais com o uso de PrEP: resultados do estudo transcender
Registro en:
MAIA, Elizabete Batista Rezende et al. Preocupações das travestis e mulheres transexuais com o uso de PrEP: resultados do estudo transcender. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS EM SAÚDE, 8., 2019, João Pessoa. Anais... João Pessoa: ABRASCO, 2019. 2 p.
978-85-85740-10-8
Autor
Maia, Elizabete Batista Rezende
Velasque, Luciane de Souza
Jalil, Emilia Moreira
Santos, Valdiléa Gonçalves Veloso dos
Grinsztejn, Beatriz
Resumen
A epidemia do HIV afeta severamente travestis e mulheres transexuais, cuja prevalência é maior que em outras populações-chave. A profilaxia pré-exposição é uma estratégia de prevenção à infecção pelo HIV. Contudo, falta literatura sobre o uso da PrEP por essa população específica. Conhecer as necessidades e preocupações delas em relação à PrEP é fundamental para efetividade desta política pública. Descrever as preocupações em relação à PrEP das travestis e mulheres transexuais do Rio de Janeiro, Brasil. Trata-se de análise secundária do projeto Transcender, descrito por Grinsztejn et al (2016). De maneira sucinta, foram recrutadas 345 participantes pelo método Respondent-driven Sampling (RDS), entre 08/2015 - 01/2016. Para o presente estudo, consideramos as participantes HIV negativas. Utilizou-se o bloco referente ao conhecimento sobre o uso de PrEP para prevenção do HIV. Para cada questão era possível responder: Não me preocuparia com isso; Me preocuparia um pouco com isso; Me preocuparia com isso; Me preocuparia muito com isso; Não tomaria PrEP por causa disso. Para a análise foram obtidas frequências relativas para cada afirmação. Das 345 participantes, 204 (59%) eram HIV negativas. Dessas, 149 (73%) relataram preocupação sobre a PrEP não prevenir completamente a infecção pelo HIV; 143 (70%) preocupação com interação com hormônios e 143 (70%) preocupação com efeitos a longo prazo. Em relação à opinião, 209 (87%) discordaram totalmente da afirmação de que deixariam de usar camisinha ao usar PrEP; 194 (81%) concordam totalmente que continuariam se testando para o HIV mesmo usando a PrEP e 151 (63%) discordaram totalmente que se sentiriam mais liberadas para ter um maior número de parceiros por conta da PrEP. Conseguir PrEP no mesmo lugar que a hormonioterapia foi considerada estratégia bastante útil por 173 (72%) respondentes. Conhecer as preocupações em relação à PrEP e as necessidades específicas das travestis e mulheres transexuais é essencial para o sucesso desta política preventiva. Os resultados mostraram que ter informação sobre a eficácia da PrEP e interações com os hormônios feminizantes é fundamental. Também se observou que utilizar PrEP não estaria associado à compensação de risco, pelo contrário, poderia representar oportunidade de estimular o autocuidado.