Article
Racismo e iniquidade racial na autoavaliação de saúde ruim: o papel da mobilidade social intergeracional no Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil)
Racism and racial iniquities in poor self-rated health: the role of intergenerational social mobility in the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil);
Racismo e inequidad racial en la autoevaluación de mala salud: el papel de la movilidad social intergeneracional en el Estudio Longitudinal de Salud de Adultos (ELSA-Brasil)
Registro en:
CAMELO, Lidyane V. et al. Racismo e iniquidade racial na autoavaliação de saúde ruim: o papel da mobilidade social intergeracional no Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Cadernos de Saúde Pública, v. 38, n. 1, e00341920, p. 1 - 16, 2022.
1678-4464
10.1590/0102-311X000341920
Autor
Camelo, Lidyane V.
Coelho, Carolina Gomes
Chor, Dóra
Griep, Rosane Harter
Almeida, Maria da Conceição Chagas de
Giani, Luana
Barreto, Sandhi Maria
Resumen
Pretos e pardos apresentam grandes desvantagens de saúde, possuem menores chances de ascensão na hierarquia social no curso de vida e menores níveis socioeconômicos do que brancos como resultado do racismo estrutural. Entretanto, pouco se sabe sobre o papel mediador da mobilidade intergeracional na associação entre racismo e saúde. O objetivo do presente estudo foi investigar a associação entre racismo e a autoavaliação de saúde, e verificar em que medida a mobilidade social intergeracional media essa associação. Estudo transversal realizado com dados de 14.386 participantes da linha de base (2008-2010) do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Escolaridade materna, escolaridade do participante, classe sócio-ocupacional do chefe de família e classe sócio-ocupacional do participante compuseram os indicadores de mobilidade social intergeracional (educacional e sócio-ocupacional). Modelos de regressão logística foram utilizados. A prevalência de autoavaliação de saúde ruim foi de 15%, 24% e 28% entre brancos, pardos e pretos, respectivamente. Após ajustes por idade, sexo e centro de investigação foram encontradas maiores chances de autoavaliação de saúde ruim entre pretos
(OR = 2,15; IC95%: 1,92-2,41) e pardos (OR = 1,82; IC95%: 1,64-2,01) quando comparados aos brancos. A mobilidade educacional e sócio-ocupacional intergeracional mediaram, respectivamente, 66% e 53% da associação entre a raça/cor e autoavaliação de saúde ruim em pretos, e 61% e 51% em pardos, respectivamente. Resultados confirmam a iniquidade racial na autoavaliação de saúde e apontam que a mobilidade social intergeracional desfavorável é um importante mecanismo para explicar essa iniquidade.
Materias
Ítems relacionados
Mostrando ítems relacionados por Título, autor o materia.
-
Racism and racial iniquities in poor self-rated health: the role of intergenerational social mobility in the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil)
Camelo, Lidyane V.; Coelho, Carolina Gomes; Chor, Dóra; Griep, Rosane Harter; Almeida, Maria da Conceição Chagas de; Giatti, Luana; Barreto, Sandhi Maria -
Desigualdades raciais na ocorrência de multimorbidade entre adultos e idosos brasileiros: 10 anos do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil)
Oliveira, Fernanda Esthefane Garrides -
Racial inequalities in multimorbidity: baseline of the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA‑Brasil)
Oliveira, Fernanda Esthefane Garrides; Griep, Rosane Harter; Chor, Dora; Giatti, Luana; Machado, Luciana A. C.; Barreto, Sandhi Maria; Pereira, Alexandre da Costa; Fonseca, Maria de Jesus Mendes da; Bastos, Leonardo Soares