Dissertation
Mortalidade por câncer de colo de útero no município do Rio de Janeiro, no período de 1999 a 2006
Mortality for cervical cancer in Rio de Janeiro, from 1999 to 2006
Registro en:
MEIRA, Karina Cardoso. Mortalidade por câncer de colo de útero no município do Rio de Janeiro, no período de 1999 a 2006. 2009. 95 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2009.
BR526.1; R616.994098153, M514m
Autor
Meira, Karina Cardoso
Resumen
Objetivo: Correlacionar a mortalidade por câncer de colo de útero nos 157 bairros do Município do Rio de Janeiro, no período de 1999-2006, com variáveis socioeconômicas e demográficas, além de descrever o perfil da mortalidade por câncer de útero no período.
Metodologia: Foram utilizados os dados do sistema de Informação de Mortalidade (SIM/DATASUS) e da Secretaria de Saúde do Município do Rio de Janeiro (SMS/RJ), bem como as estimativas da população feitas pelo IBGE. As taxas de mortalidade foram padronizadas pelo método direto, utilizando como população padrão a população Mundial proposta por Segi. Testou-se a existência de correlação espacial dos dados através do cálculo do I de Moran e do C de Gery. Construíram-se mapas temáticos com as taxas de mortalidade média dos bairros e as variáveis socioeconômicas no programa CSPRO 3.3 com intervalos de mesma amplitude. O número de casos de óbitos por câncer de colo de útero nos bairros foi modelado utilizando-se a distribuição Poisson Inflacionada de Zero (ZIP), tendo como variáveis independentes: IDH, Proporção de negros e pardos, anos de estudo do chefe do domicílio, proporção de indivíduos com ensino superior, proporção de indivíduos com renda per capita menor que R$ 37,50, índice de gini, saneamento e proporção de analfabetos. No modelo univariado foram consideradas estatisticamente significativas as variáveis com valor de p≤0,20. Após a modelagem univariada testou-se a presença de colineariedade entre as variáveis através do Valor Inflacionário de Variação (VIF). Foram mantidas no modelo multivariado apenas as variáveis que apresentavam valor de VIF < 10. Permaneceram no modelo multivariado apenas as variáveis que apresentaram valor de p≤ 0,05. A comparação dos modelos foi realizada por meio do AIC (Critério de Informação de Akaike).
Resultados: Observou-se altas taxas de mortalidade por câncer de colo de útero e corpo de útero no período, 50 óbitos/100000 mulheres maiores de 20 anos e 17 óbitos/100000 mulheres maiores de 20 anos respectivamente. Em ambos os casos verificou-se maiores taxas de mortalidade nas mulheres brancas, idosas e com baixo nível de escolaridade. As taxas médias de mortalidade por câncer de colo de útero variaram de 1,13/1000.000 mulheres no Jardim Guanabara a 42,93/1000.000 mulheres em Bonsucesso. Não se encontrou correlação espacial entre os dados I de Moran igual a -0, 036 e C de Gery 0,926. Verificou-se associação da mortalidade por câncer de colo de útero e as condições socioeconômicas dos bairros, pois as mulheres residentes nos bairros com maior proporção de negros e pardos apresentaram razão de taxas de mortalidade 2,01 vezes maior (IC 95% 1,44-2,75) do que as que residem nos bairros com baixa proporção de negros e pardos.
Conclusão: A redução da desigualdade na incidência e mortalidade por câncer de colo de útero é um grande desafio para os profissionais e gestores de saúde para implementação de políticas de saúde. È necessário assumir o compromisso e a responsabilidade de oferecer tratamento diferente para àqueles grupos que estão inseridos de forma desigual, contemplando assim as suas necessidades e promovendo de forma efetiva o direito a equidade. Objective: To correlate the mortality for cervical cancer in 157 districts in Rio de Janeiro, in the period of 1999-2006, with socioeconomic and demographic variables, and to describe the profile of the mortality for cervical cancer in this period.
Methodology: It was used the data of Mortality Information System (Sistema de Informação de Mortalidade – SIM/DATASUS) and Municipal Health Secretariat of Rio de Janeiro (Secretaria Municipal de Saúde – SMS/RJ), besides the population estimates, by Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). The mortality rates were standardized by direct method, using as standard population the world population proposed by Segi. It was possible to verify the existence of spatial correlation of data through the calculation I of Moran and C of Gery. Thematic maps were built with the average mortality rates of the districts and the socioeconomic variables in CSPRO 3.3 program, with intervals of the same amplitude. The number of deaths for cervical cancer in the districts were modeled using the Zero- Inflated Poisson (ZIP), having as independent variables: Human Development Index (HDI), proportion of blacks and browns, years of study of the chief of residence, proportion of individuals with higher education, proportion of individuals with per capita income lower than R$ 37,50, sanitation and proportion of illiterates. In the univariate model were considered statistically significant the variables with the value of p ≤ 0.20. After univariated modeling, it was tested the presence of colinearity between variables through the Inflationary Value of Variation (Valor Inflacionário de variação - VIF). The variables which presented the value of VIF < 10 were kept in the multivariate model. Only the variables which presented the value of p ≤ 0,05 were remained in the multivariate model. The comparison of the models was done using the AIC.
Results: There was high mortality rates of cervical cancer and cancer of body of uterus in the period, 50 deaths/ 100000 women older than 20 years and 17 deaths/ 100000 women older than 20 years respectively. In both cases there was higher mortality rates in white women, elderly and low level of education. The average rates of mortality for cervical cancer ranged from 1.13 / 1000.000 women in the Jardim Guanabara to 42.93
/1000.000 women in Bonsucesso. There was no spatial correlation between the data I of Moran equal to -0, 036 and C of Gery 0,926. It was verified the association of the mortality for cervical cancer and the socioeconomic conditions of the districts, because the women who lived in the districts with higher proportion of blacks and browns presented mortality rates proportion 2,01 times higher (IC 95% 1,44-2,75) than those who lived in districts with lower proportion of blacks and browns.
Conclusion: The reduction of inequality in the incidence and mortality for cervical cancer is challenge for health professionals and managers for implementation of health politics. It is necessary to take the commitment and responsibility to offer different treatment to those groups that are inserted unevenly, as a way to cover their needs and promote effectively the right to equity.
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