Dissertation
Como é que eu vou dizer para a gestante? Dilemas morais da oferta do teste anti-HIV a gestantes em trabalho de parto: uma contribuição da bioética
Registro en:
ISRAEL, Giselle Raquel. Como é que eu vou dizer para a gestante? Dilemas morais da oferta do teste anti-HIV a gestantes em trabalho de parto: uma contribuição da bioética. 2002. 88 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2002.
Autor
Israel, Giselle Raquel
Resumen
Busca compreender as implicações éticas da oferta do teste rápido anti-HIV a gestantes em trabalho de parto. Interessou-nos conhecer os fatores que teriam influenciado as políticas públicas de saúde na escolha de determinadas estratégias para a prevenção da transmissão do vírus da AIDS, da mulher para o bebê, durante a gravidez e, particularmente, durante o trabalho de parto. Embora lançando mão de ferramentas utilizadas pela teoria principialista, nossa abordagem incorporou elementos da bioética de inspiração feminista. Assim, trilhamos nosso debate em torno do dilema autonomia da gestante em trabalho de parto versus beneficência do futuro bebê. Por entender que no plano dos dilemas estão, também, em jogo as motivações humanas, nos impusemos responder à seguinte pergunta: Haveria, no cotidiano, elementos que anotassem para o reconhecimento da existência de um conflito entre diferentes interesses? Realizamos nosso trabalho de campo, entrevistando gestores de políticas públicas, profissionais de saúde que ofereceram os testes rápidos às parturientes e, também, mulheres que passaram pela experiência. Desta forma, foi possível apreender algumas ambigüidades presentes nesta política de saúde e dar visibilidade aos dilemas morais da oferta do teste anti-HIV às gestantes em trabalho de parto. This work seeks to understand the ethical implications of offering rapid testing for HIV to pregnant women during labor. We were interested in knowing the factors that may have influenced public health policies in the choice of specific strategies to prevent HIV mother-to-child transmission.
Even though we used some tools of principialism, our approach incorporated elements inspired by feminist bioethics. Thus we proceeded in our debate on the dilemma on the autonomy of pregnant women in labor versus beneficence of the newborn. As we appreciated that human motivations were also at stake within the dilemmas, we imposed upon ourselves to answer the following question: Could there be, in daily life, elements that could indicate the acknowledgment of the existence of a conflict among different interests? We performed our fieldwork through interviews with public policy managers, health care workers who had offered rapid tests to women in labor, and also women who had undergone this experience. Thus, we were able to apprehend some of the ambiguities that exist within this health policy and to make the moral dilemmas of offering HIV testing to pregnant women in labor visible.